Trabalhadores, estudantes e movimentos populares do país inteiro juntos na festa da democracia

Milhares de estudantes, professores, trabalhadores de dentro e fora da Unicamp, e representantes de movimentos sociais e sindicais do país lotaram o Teatro de Arena da Unicamp, para ouvir o discurso ex-presidente Lula, quinta-feira (5) passada.

Lula foi prestigiado por importantes lideranças e parlamentares de partidos, movimentos sindicais e populares, além da comunidade artística e cultural de Campinas e região. Entre elas, o ex-ministro Aloizio Mercadante, o coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos (PSOL) e o ex-senador Eduardo Suplicy (PT).

O STU, entidade apoiadora da Aula Magna, marcou presença com a sua diretoria, além de produzir uma cobertura especial com os bastidores do evento. Clique aqui para assistir tudo que rolou por lá.

Do lado de fora, centenas de pessoas vindas de todo canto, acompanhavam a fala do ex-presidente em dois telões gigantes. É importante ressaltar a representatividade de Lula não só como sindicalista, que travou lutas históricas em defesa da classe trabalhadora, mas como o presidente que garantiu aos jovens carentes o acesso às universidades públicas e privadas brasileiras.

Lula apresentou uma breve análise da situação brasileira e apontou os desafios e perspectivas na defesa dos direitos e da democracia. (Créditos: Diego Almeida)

Para a coordenadora geral do STU, Marli Armelin, o encontro com o ex-presidente foi um momento de dar visibilidade às nossas pautas para apresentar a necessidade de defender a Universidade Pública e de qualidade. “Essa é uma oportunidade de colocar as questões da defesa da Universidade Pública e da autonomia para que a gente volte a ter liberdade e a democracia que a gente tanto preza”.

Marli falou sobre a necessidade de denunciar a campanha do Bolsonaro contra as cotas e de lutar para que os estudantes cotistas tenham o direito de permanecer na Universidade. “A Unicamp é uma referência nacional de Universidade Pública de qualidade. E o Lula é uma referência de sindicalista e de político. Ele estando aqui para falar principalmente com os jovens é de extrema importância para revertermos esse quadro bolsonarista que nós temos aí”, finalizou a coordenadora.

Diversidade e permanência estudantil

Lula estava acompanhado do professor da USP e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, e mencionou que estava na Unicamp não só para palestrar sobre a universidade pública e o futuro da democracia no Brasil, mas para ouvir os estudantes.

Lula e Hadad debateram a democracia em risco

Antes de discursar ouviu os estudantes da pós-graduação, do coletivo de negros/as e da comunidade LGBTQIA+ da Unicamp sobre a necessidade de ampliação do acesso à universidade pública, de políticas que inibam a discriminação e o racismo e garantam a permanência estudantil.

Um dos discursos mais comoventes da noite foi feito por dois representantes do movimento estudantil indígena que reforçou a importância da política de cotas étnico-raciais e a necessidade de ampliação dessa medida.

Eles entregaram um documento ao ex-presidente cobrando a ampliação da bolsa para permanência estudantil, a participação indígena no Conselho Nacional de Educação, além da recomposição orçamentária das universidades, entre outras demandas. Por fim, registraram seu protesto aos ataques à comunidade Yanomami e à ampliação da exploração de terras indígenas, especialmente pelos garimpos ilegais.

No discurso de Lula ficou nítido que para ele é essencial um olhar especial para as questões de diversidade tendo como horizonte a ampliação da cidadania dessas comunidades. Por isso, mencionou que ao invés de acabar com ministérios, como fez Bolsonaro, é preciso criar outros, como os ministérios da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e dos Povos Indígenas.

Para o coordenador geral do STU, José Luis Pio Romera, a “vinda do Lula na Unicamp representa uma vitória da luta dos trabalhadores na defesa da democracia no país e também da Educação, da Ciência e Tecnologia e da inclusão dos negros e indígenas nas Universidades Públicas brasileiras”.

Na nossa Live de Esquenta sobre os bastidores do evento tem quatro entrevistas exclusivas com representantes da comunidade indígena universitária sobre a luta dos povos originários por respeito e dignidade, assista abaixo.

Estado de Direitos

Lula afirmou que os recursos em Saúde e Educação devem ser tratados como investimento e não como custos. E em relação ao desmonte dos serviços públicos e à desvalorização do servidor, o sindicalista foi enfático ao afirmar a urgência de protegermos o patrimônio público, como os Correios, a Eletrobras, o Banco do Brasil e a Petrobras que estão na mira da privatização.

Para a coordenadora geral do STU, Elisiene Lobo, “É visível o projeto entreguista do governo Bolsonaro que tenta a todo custo impor a mercantilização da Educação e da Saúde. Se não houver unidade na luta, tudo será entregue nas mãos do empresariado colocando a população em condições mais precárias ainda. Há tempos denunciamos que a Saúde pede socorro.”.

Para a coordenadora, a luta por emprego e renda está cada vez mais acirrada. Por isso, a defesa dos salários e dos direitos dos servidores é ponto inegociável para o Sindicato.

No Estado Democrático de Direito, as leis são criadas pelo povo e para o povo, respeitando-se a dignidade da pessoa humana. E a dignidade passa por garantias como alimentação, emprego, moradia, renda e acessos à educação e à saúde, entre outros direitos.

Trabalhadoras da Unicamp fortalecendo a luta em defesa do serviço público e dos servidores

Por isso, o coordenador Zé Luis aponta que as principais pautas a serem enfrentadas pela classe trabalhadora são: a revogação da Reforma Trabalhista e Previdenciária, a distribuição de renda e o combate à fome.

E um dos grupos mais acometidos pela miséria e o descaso, dentro e fora da Unicamp, são os aposentados. Tanto que o STU montou uma tenda para divulgar a campanha de solidariedade aos aposentados da Unicamp com objetivo de ajudar a categoria que está passando necessidade, não só por conta da pandemia, mas pelo confisco das aposentadorias imposto pelo governo Estadual.

Em breve a Campanha de Solidariedade estará no ar. Mas você já pode contribuir com produtos de cesta básica, de higiene e limpeza, basta enviar mensagem para o nosso WhatsApp (19) 99744-4890.

Confira a entrevista que a coordenadora do Departamento de Aposentados e Assuntos de Aposentadoria do STU, Sandra Ramos, deu na Live de Esquenta do STU, clique aqui.

Carta pela Ciência e Educação

Antes do ato político cultural, o ex-presidente foi recebido pelo reitor Tom Zé e membros do Consu que reafirmaram o compromisso democrático da instituição e seu papel estratégico na formulação de ações importantes que visem à construção da soberania nacional.

O reitor aproveitou para entregar um documento intitulado “Carta pela Ciência e Educação” na qual a instituição reivindica autonomia financeira; incentivo à ciência nas educações fundamentais e médias; construção de uma política de saúde pública condizente com a realidade dos hospitais universitários, entre outras medidas.

O documento que possui 10 propostas de políticas públicas e investimentos em ciência e educação finaliza afirmando que “… uma cidadania verdadeira depende da redução drástica da desigualdade social, o que, por sua vez, exige vontade política alicerçada no espírito fraterno. A comunidade universitária cumpre papel fundamental para a realização desse propósito e se coloca à disposição para cooperar na construção da nação brasileira”.

Segundo a assessoria da Universidade, a carta também será encaminhada aos outros presidenciáveis.

Mais tarde, em seu discurso no Teatro de Arena, como pré-candidato à presidência da República, Lula prometeu se empenhar para melhorar a educação e disse querer manter um diálogo frequente com os reitores das universidades de todo o país.

Para conferir a carta acesse aqui.

Logo abaixo, você confere o discurso completo do ex-presidente Lula na Aula Magna.

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