Reitoria autoriza PM no campus sem discussão com a comunidade universitária

Postura e medidas da reitoria após assassinato de estudante são questionadas por familiares e alunos * STU é contra a presença da PM no campus e cobra discussão democrática sobre política de segurança na Unicamp

 

Uma semana após a morte do estudante Denis Papa Casagrande, a Unicamp anunciou em coletiva à imprensa que autorizou a entrada da Polícia Militar na Universidade como forma de “reforçar a segurança”. A medida, proposta pelo governador Geraldo Alckmin, foi implementada sem consulta às instâncias decisórias da instituição e sem debate com a co­munidade universitária.

A nota divulgada pela reitoria antes da coletiva se eximindo da responsabilidade diante do ocorrido foi duramente criticada por familiares e amigos de Denis na última reunião do Conselho Universitário. O jovem era aluno do curso de Engenharia de Controle e Automação e foi esfaqueado durante uma festa ocorrida no campus de Barão Geraldo, no dia 21 de setembro.

O STU também manifestou-se contra a presença da PM no campus em nota oficial “por entender que a prática do policiamento ostensivo não combina com o espírito da uni­versidade pública, que deve ser um lugar de manifestação e pensamento livre, crítica, debate e, sobretudo, do diálogo”.

 

PM: repressão e racismo:

Em 2002, ação da PM no antigo Centro Superior de Educação Tec­nológica (Ceset), hoje Faculdade de Tecnologia (FT), situada em Limeira, resultou no assassinato do estudante Elgim Tito Borges Júnior, de 22 anos. Negro, Elgim teria sido “confundido” com assaltantes de uma agência bancária – em ocorrência policial com evidente caráter racista.

Durante a greve de 2011, o STU também questionou a presença de agentes da PM acompanhando ativi­dades, considerada uma forma de intimidação dos trabalhadores em luta.

 

STU defende outra política de segurança na Unicamp:

O sindicato cobra da reitoria a responsabilidade no que diz respeito à discussão democrática de políticas de segurança nos campi.

As últimas administrações da Universidade prefeririam, no entanto, investir de forma indiscriminada na compra de equipamentos milionários de monitoramento, avançar na terceirização da vigilância dos campi e deixar de contratar novos profissionais de segurança por meio de concurso público, tornando o serviço prestado à comunidade cada dia mais precário.

O STU defende a criação de ins­trumentos de participação da co­munidade universitária na elabo­ração de políticas de segurança, a contratação de mais profissionais de vigilância por meio de concurso público, com o fim das terceirizações, e a adoção de uma política de segu­rança que se preocupe em garantir a integridade de toda a comunidade acadêmica e não seja tratada como “guarda particular” da alta cúpula da Universidade.

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