100 dias de governo Bolsonaro:Trabalhadores não têm nada a comemorar

É obvio que nunca se espera muita coisa após cem dias de um governo. Esse prazo serve para ver o rumo do governo, sua capacidade de articulação e quais são seus reais compromissos prioritários.
No caso do governo Bolsonaro é difícil pautá-lo pelos compromissos programáticos que assumiu, já que no curso da eleição o candidato não apresentou propostas, não participou de debates, se ausentou da campanha, focando a discussão com seus apoiadores nas redes sociais. Além disso, teve ainda a tentativa de assassinato que o deixou hospitalizado.
A retórica do candidato foi pautada na desconstrução dos adversários, principalmente os progressistas, num discurso muitas vezes falseado pelos “fake news”, pelo moralismo e a defesa de valores conservadores, dá segurança reforçando a militarização e as armas e uma ideia vaga de que a economia seria liberal, conduzida pelo homem de sua confiança, Paulo Guedes, que tem fortes laços com o sistema financeiro.
Nesses cem dias de governo vimos:
– Ataques às organizações populares, sindicatos, imprensa e falta de apreço pela democracia;
– Uma incapacidade de apresentar uma saída econômica para o país numa situação de crise em que o desemprego já atingiu 13,5 milhões de trabalhadores, segundo o IBGE;
– Um governo que segue as bases econômicas que gerou o governo Temer, em que a Reforma da Previdência, assim como a Reforma Trabalhista, tem como único objetivo jogar nas costas dos trabalhadores a crise. As mudanças nas regras da Previdência, torná-a quase inatingível para a maioria dos trabalhadores e quebra a Seguridade Social que garante a sobrevivência da população mais pobre. Tem ainda a intenção de entregar aos bancos a Previdência num modelo de capitalização em que só os trabalhadores contribuem.
– Sinaliza com o desmonte do serviço público e do Estado. Propôs a autonomia do Banco Central e quer a privatização das nossas principais empresas estatais. As cinco principais estatais, Banco do Brasil, CEF, BNDES, Eletrobras e Petrobrás renderam só em 2018 um lucro acumulado de R$ 51,9 bilhões e o governo Bolsonaro fala em arrecadar R$ 222 bilhões com a entrega dessas empresas. Um crime lesa pátria!
– Fugindo às tradições do Brasil, o governo faz uma política internacional ideológica, se junta às ameaças a outros povos e não contribui com a busca da paz, que pautou historicamente a atuação do país no cenário internacional.
– Um grande retrocesso na educação através do descaso e desrespeito com as Universidades e Escolas Públicas. O Ministério da Educação prioriza o ataque aos professores, estimula a guerra ideológica e não promove nenhuma ação que aponte para melhora da educação.
Por tudo isso, não há nada para comemorarmos nesses 100 dias de governo Bolsonaro. Há sim, uma necessidade dos trabalhadores fortalecerem a luta para derrotar esse governo e as políticas que destroem os direitos e o país.

 

 

Movimentos sociais e sindicais mobilizados na Unicamp colheram assinaturas do abaixo-assinado contra a Reforma da Previdência

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