Agora é oficial: foram confirmadas as candidaturas dos professores José Antônio Rocha Gontijo e Marisa Masumi Beppu; Maria Luiza Moretti e Leila da Costa Ferreira; e Paulo César Montagner e Fernando Antonio Santos Coelho, para o cargo de reitor da Unicamp e Coordenadoria Geral da Universidade (CGU).
A consulta à comunidade para sucessão de reitor, gestão 2025/2029, acontece em primeiro turno entre os dias 11 e 12 de março. E os dias 25 e 26 do mesmo mês foram reservados para um possível segundo turno, por meio eletrônico de votação.
Após a votação, o Conselho Universitário (Consu), órgão máximo de deliberação da Unicamp, elaborará uma lista tríplice com os mais votados e a encaminhará ao governador do Estado, responsável pela nomeação do novo reitor. Tradicionalmente, escolhe-se o candidato mais votado da lista.
Modelo de consulta mantém desigualdade e exclusão
Apesar da importância do processo eleitoral, o modelo de consulta adotado pela Unicamp continua desigual e ultrapassado. O sistema de votação mantém uma estrutura que favorece os docentes, atribuindo-lhes 3/5 do peso decisório, enquanto os estudantes e os servidores técnico-administrativos ficam com apenas 1/5 cada.
Em outras palavras, o voto de um professor tem um peso desproporcionalmente maior, valendo por três servidores ou estudantes.
Essa desproporcionalidade reforça uma lógica elitista e hierárquica dentro da universidade, onde determinados grupos têm mais influência sobre o futuro da instituição do que outros.
Outro fator de exclusão é a impossibilidade de voto para aposentados da instituição, profissionais que dedicaram grande parte de suas vidas à construção da excelência da Unicamp. Esse veto reforça o caráter restritivo do processo, que deveria ser mais democrático e inclusivo.
Um processo verdadeiramente democrático deveria garantir que todos os segmentos tivessem peso igual na decisão sobre os rumos da Universidade, reconhecendo o valor de cada membro da comunidade acadêmica na construção do futuro da instituição.
Diálogo com a comunidade
Dia 16/10, em meio à jornada de luta por isonomia com a USP, o STU realizou um debate com os pré-reitoráveis, transmitido ao vivo pelas redes sociais da entidade.
Na ocasião, foi cobrado o compromisso de suspensão do Ponto Eletrônico, abertura de diálogo com as entidades e criação de política de valorização do funcionário, além da garantia de assumir o cargo somente sendo o primeiro da lista na consulta à comunidade.
De todos os pré-candidatos, apenas o professor Cesinha se recusou a assinar o compromisso com as pautas da categoria. Mas deu sua palavra de recusar a assumir, caso não seja o primeiro eleito pela comunidade.
Agora, a ADunicamp, STU, APG e DCE estão se organizando para promover debates entre os reitoráveis com objetivo de conhecer os projetos dos candidatos e discutir o modelo de Unicamp que queremos.


