A Paralisação com Ato, aprovada em assembleia e realizada quarta passada (12), foi importante no enfrentamento à postura intransigente do reitor Tom Zé.
No ato, os/as trabalhadores/as formaram uma comissão que foi até o evento onde o reitor estava: porque se ele não vem dialogar, nós vamos até ele buscar negociação.
Na abertura do evento, os/as manifestantes levantaram seus cartazes escritos “Hoje é Dia de Paralisação”.
A intervenção do Magnífico Reitor se posicionando contra a manifestação e, novamente, se recusando a agendar reunião sob a justificativa de que deveríamos procurar o chefe de gabinete da reitoria, causou indignação na categoria.
Tom Zé atacou o movimento sugerindo que somos uma minoria antidemocrática: “…Democracia significa, antes de tudo, ser capaz de construir maiorias e consensos. As pessoas deveriam estar preocupadas com isso: qual é a capacidade efetiva de construir maiorias e consensos? E não só realizar atividades que representam movimentos legítimos, mas que não são capazes de construir maiorias e consensos”.
Por conta da fala desrespeitosa do reitor os/as manifestantes solicitaram espaço para intervenção em nome dos/as trabalhadores/as presentes no ato.
O que ele ignora é que o protesto foi aprovado em assembleia, a mais importante instância deliberativa da categoria, depois do congresso estatutário.
Curioso é que até o Instituto Rouanet convidado pelo evento e representado pela diretoria executiva, Adriana Rouanet, filha de Sérgio Paulo Rouanet, inspiração para a Lei de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet, reconheceu a legitimidade democrática do nosso movimento. Em post publicado nas redes sociais eles registram que as nossas repre-sentantes usaram “seu direito democrático à liberdade de expressão”.
O ato foi a expressão de uma categoria descontente com as posturas antidemocrática e evasiva do reitor que se recusa a negociar.
Ao contrário do que prega o reitor, nosso protesto não quer desmoraliza-lo perante a comunidade acadêmica, tão pouco manchar a imagem da Unicamp ,como a reitoria diz.
Queremos diálogo democrático
Queremos e merecemos tratamento digno e valorização pelos serviços prestados à Universidade. Por isso, cobramos 26% de reajuste, pagamento de abono, vale refeição justo, auxílio saúde, elevação dos pisos médio e superior e isonomia.
Não para falir a Unicamp, mas para repor perdas salariais acumuladas desde maio/2012.
Nossa paralisação foi para cobrar a nossa pauta e expressar descontentamento com a política de arrocho salarial. Mas pelo visto conseguimos incomodar o reitor Tom Zé!
Uma pena que o desconforto dele não é igual ao que sentimos em nossos bolsos, mas sinaliza que estamos no rumo certo.
Apesar da contrariedade do reitor, a paralisação foi positiva e a mesa diretora do evento se colocou a disposição do sindicato para aprofundar o debate sobre a Universidade que queremos construir.
Por que cobramos 26% de forma única?
Em assembleia realizada dia 30/03, aprovamos o índice de 26% de reajuste em parcela única, diferente do Fórum das Seis que propõe o pagamento de uma parcela em maio e outra no 2º semestre.
Nossa categoria defendeu que é urgente a reposição da inflação que corrói assustadoramente os nossos salários.
Cruesp agenda reunião
Terça-feira (11), o Fórum das Seis protocolou a Pauta Unificada de Reivindicações 2023, acesse no nosso site.
Dias depois, o Cruesp agendou reunião da equipe técnica da área financeira com o Fórum, para 12/05. E dia 18/05 deve ocorrer a primeira negociação entre o Fórum e o Cruesp.
Precisamos seguir mobilizados para que neste dia haja negociação de fato com apresentação de proposta salarial da parte dos reitores.