O reitor eleito José Tadeu Jorge disputou a consulta à comunidade como candidato de oposição à chapa que afirmava que a Unicamp estava “no caminho certo”. Mas já na cerimônia de posse que oficializou o seu segundo mandato à frente da Unicamp, na última sexta-feira, Tadeu declarou que “nos esforçaremos para dar continuidade ao projeto que faz da Unicamp uma instituição de expressão nacional”.
Outra contradição do reitor em relação ao período de sua candidatura diz respeito à compra da Fazenda Argentina. Na entrevista coletiva concedida ontem, Tadeu afirmou que a decisão final ficará a cargo do conselho universitário, esquivando se de reiterar a posição que tinha manifestado durante a campanha de que essa aquisição não era uma prioridade. O decreto de desapropriação deixa claro que os R$ 150 milhões para a compra terão que sair dos cofres da instituição. Ao não assumir postura firme contra essa negociação, Tadeu contradiz seu próprio discurso durante a coletiva, quando também afirmou que a Universidade não teria dinheiro para implementar a isonomia já.
Ainda durante a entrevista Tadeu também repetiu o argumento da gestão Fernando Costa de que a compreensão da Universidade sobre os supersalários apontados pelo Tribunal de Contas do Estado é diferente do TCE.
Mais uma vez questionado pelo STU se manteria o professor Paulo Eduardo Rodrigues Moreira da Silva (o Paulão) com cargo na alta administração, o novo reitor afirmou que sua gestão não terá ninguém condenado pela lei da ficha limpa. Essa foi a única boa notícia para os servidores.
Não custa lembrar ao novo reitor que ele foi escolhido pela maioria dos servidores numa declarada perspectiva de por fim ao modelo privatizante, autoritário e eivado de questionamentos dos órgãos de fiscalização sobre irregularidades que marcou a reitoria Fernando Costa.
4 Comentários até agora
Wilson H. KawaiPostado em10:28 pm - abr 23, 2013
Tadeu, segundo o Estadão, também falou de salário de servidores: Salários
Outra questão prioritária é a equiparação dos salários dos servidores da Unicamp com os salários dos servidores da Universidade de São Paulo (USP), uma das mais antigas reivindicações da categoria. “São problemas ambos importantes. Há um descontentamento e uma certa injustiça, porque são duas universidades irmãs, sob o mesmo sistema. O segundo problema mais grave, institucionalmente, é que estamos perdendo funcionários para a USP”, afirmou Tadeu. Segundo ele, os salários mais altos estão levando os funcionários mais qualificados para a USP, criando um problema interno. “Isso faz com que isso vire prioritário, igualar esses salários com a USP.”
Luciana AraújoPostado em10:54 am - abr 24, 2013
Sim, Wilson, o professor Tadeu falou sobre como considera a isonomia importante, embora mantenha a posição de que ela não pode ser concedida imediatamente e a proposta de retomar a equiparação dos pisos salariais com a USP até 2015. No texto acima comentado são tratadas as contradições do discurso de campanha e das primeira declarações do atual reitor. O posicionamento dele com relação à isonomia não se alterou até o presente momento e o sindicato vem reiteradamente publicando a opinião do novo reitor sobre o assunto, seguida da manutenção da reivindicação da implementação imediata da isonomia, conforme decisões de assembleias da categoria. O STU propõe que seja utilizada a “reserva técnica” de R$ 1,27 bilhão (suficiente para custear a isonomia por sete anos) para atender à reivindicação dos técnico-administrativos de isonomia já.
Atenciosamente,
Luciana Araújo
jornalista
AndréPostado em9:13 am - abr 25, 2013
O importante é ser contra. ¬¬’
Se a isonomia for dada, vão falar que estão tentando desestruturar o movimento de greve – lembram dos comentários quando a USP falou que os salário e bônus só acaçaram aquele patamar por não ter greve na instituição?
[]’s
Iuriatan Felipe MunizPostado em9:36 pm - abr 25, 2013
Por isso ela não será dada. Será conquistada. Neste país cruel e desigual, quando nos dão algo é porque trata-se de uma migalha. E terá um preço. Não se engane.
Faça sua parte pela reivindicação coletiva. Nossa demanda é mais justa que a ganância dos grandões.