Nota do STU sobre medidas da administração sobre CORONAVIRÚS – COVID-19

Na quinta-feira (12), a reitoria da Unicamp divulgou nota informando a decisão da Unicamp sobre a suspensão das atividades na universidade que geram aglomerações, incluindo aulas e eventos. Apesar de não ter feito um debate mais amplo com a comunidade para criação um plano com as entidades representativas, a direção do STU considera a decisão corajosa e acertada, principalmente num momento de hesitação e subestimação do problema que vem marcando as ações do governo Dória e Bolsonaro. Tanto foi correta a decisão, que mesmo após fazer críticas, o governo Dória teve que tomar decisões no mesmo teor e a medida também se estendeu para USP e UNESP.

É evidente que após ter inicio na China e se estender por vários países, a contaminação ainda está em curso e vem se amplificando. Lidar com a doença após a epidemia instalada, torna muito mais difícil o seu combate obrigando-nos tratar as consequências e estrangulando os Sistemas de saúde. Por isso a prevenção é o melhor remédio.

Apesar de considerar correta a medida no seu conteúdo, para o STU, é preciso fazer algumas considerações que são muito importantes na prevenção de toda população da Unicamp e que podem e devem influenciar também as políticas para a cidade. Vejamos:

1- Deixar à critério das Unidades de ensino e administrativas a decisão sobre o que deve ou não funcionar nesse período, foi uma medida prudente, mas a reitoria permitiu decisões interpretativas, sem uma clareza técnica, mantendo a continuidade da vulnerabilidade para os trabalhadores devido à decisões que não atendem a medida de redução do contato. É grande a reclamação de trabalhadores que não deveriam compor equipes de contingência e não foram dispensados para continuidade de serviços que não são essenciais ou que poderiam ser realizados de maneira remota;

2- Pela Unicamp circulam cerca de quinze mil trabalhadores, incluindo técnicos administrativos, docentes, pesquisadores, FUNCAMP e demais terceirizados, principalmente os trabalhadores mais pobres utilizam o sistema de transporte público da cidade, que é congestionado e não possui as condições de higiene e limpeza necessárias. Quando se discute aglomeração esses trabalhadores não frequentam, em sua maioria, os espaços de aglomeração ligados aos grandes eventos, mas tem uma enorme chance de se contaminar nesse transporte coletivo;

3- É necessário que se aprofunde a prevenção, reduzindo ao máximo os espaços de aglomeração, incluindo aí os serviços de creche da universidade, mas é também necessário discutir apoio e proteção aos trabalhadores da área de saúde da Unicamp, que, caso a epidemia se alastre, terão papel fundamental para a cidade e para região. Esses trabalhadores precisam atuar com a tranquilidade que suas famílias estarão em segurança e todas as condições de trabalho garantidas para que o risco de contaminação seja o menor possível;

4- Os trabalhadores que se enquadram no grupo de risco devem ser proibidos de compor equipes de contingenciamento presencial para evitar a possibilidade de contaminação com risco de morte.

Diante disso o STU solicita em caráter de urgência reunião com a reitoria para uma discussão sobre as medidas anunciadas, buscando contribuir com uma política de proteção e preservação da vida e da saúde de todos.

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