Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
O leilão do Campo de Libra do pré-sal aconteceu ontem no Rio de Janeiro, com vitória do consórcio que envolve a Petrobras (com 10% da partilha), Shell Brasil e a empresa francesa Total (com 20% cada) e as chinesas CNPC e CNOOC também com 10% cada. Para assegurar a entrega de um patrimônio ainda não completamente avaliado a companhias transnacionais, o governo Dilma fez uso de violenta repressão, sob comando da Força Nacional. Tropas do Exército foram enviadas ao local para evitar uma possível paralisação das negociações. E quatro horas antes do início do leilão, a Força Nacional dificultava o trabalho da imprensa.
Entenda o leilão
O leilão da reserva petrolífera avaliada como uma das maiores do mundo, descoberta na Bacia de Santos, era questionado por ex-dirigentes da Petrobras, juristas, movimentos sociais e entidades de petroleiros (que iniciaram uma forte greve na última quinta-feira).
O Campo de Libra será a primeira área a permitir exploração de petróleo e gás natural sob o regime de partilha. Pelo modelo, a menor fatia dos resultados da caríssima extração ficará no país. Os críticos também apontam a possibilidade de acidentes ambientais de grande porte.
A maior privatização da história do país pode trazer mais perdas ao patrimônio público que a entrega da Vale do Rio Doce ao capital privado.
Greve e reivindicações
A paralisação dos petroleiros atingiu não só os setores da produção, terminais de distribuição, mas também refinarias, plataformas, usinas de biodiesel e termoelétricas, além das áreas administrativas da Petrobrás e subsidiárias. Os trabalhadores lutam também por reajuste salarial e contra o projeto de lei 4.330/04, que legaliza a terceirização de serviços em qualquer ramo da economia.