As desigualdades socioeconômicas que atingem a população negra

Novembro dedicado ao dia/mês da consciência negra é um momento nacional de reflexão sobre a necessidade da contínua discussão da formação social brasileira e as relações de poder que colocou à margem parte da população brasileira, em situação vulnerabilidade e insegurança, e também nos  provoca a pensar ações de forma mais intensa que instituem políticas de reconhecimento, reparação e valorização  da população  negra no Brasil. 

56,10%, esse é o percentual de pessoas que se declaram negras no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE portanto, a maioria da população. Mas as desigualdades socioeconômicas atingem essa grande maioria da população.

Covid

O Mapa da Desigualdade apontou, em setembro deste ano, que entre a população negra, 47,6% das mortes ocorreram por causa da Covid-19; já entre a população branca foram 28,1%.

Mortalidade materna entre mulheres negras

Mulheres negras e pardas são a maior parcela entre as vítimas da morte materna. Dos 1.204 óbitos maternos registrados entre 2020 e 2021, em decorrência da Covid-19, 56,2% foram de mulheres pardas e pretas. Nessa população, o risco de morte foi quase duas vezes maior do que entre as mulheres brancas

Violência

De acordo com Atlas da Violência, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os altos números de violência letal contra a população negra são uma das principais expressões da desigualdade racial no Brasil. Em 2018, a população negra representou 75,7% das vítimas de homicídios no Brasil. Também compõem mais de 60% da população carcerária do país. 

Além disso, as mulheres negras são vítimas mais recorrentes de homicídios e  feminicídios (61%) .

Distribuição de renda e  Mercado de trabalho

No Brasil, os negros ganham menos do que os brancos, mesmo sendo a maior força  de trabalho, 54,9%.  Por outro lado  representam dois terços das pessoas que não têm emprego, trabalham menos horas do que gostariam  ou que estão na informalidade segundo estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, do IBGE.

Representatividade no poder

Pardos e pretos são minoria no Poder Legislativo,  apenas 24,4% dos deputados federais e 28,9% dos deputados estaduais eleitos em 2018. A  representação é um importante instrumento para a construção de debates e projetos que diminuem a desigualdade no Brasil

Dificuldade em continuar estudando

Embora a escolaridade no Brasil tenha avançado, ainda hoje existem 10,1 milhões de jovens que não completaram alguma das etapas da educação básica. Do total, 71,7% são pretos ou pardos. A principal justificativa para o abandono escolar é a necessidade de trabalhar. 

Os dados e números  se agravaram imensamente  durante  o governo Bolsonaro, que sempre teve atitudes e falas racistas, inclusive enfraquecendo a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR). 

No dia 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, entidades sindicais e movimentos populares estarão mais uma vez nas ruas contra a política genocida de Bolsonaro, em defesa da igualdade racial, da vida, da democracia e do emprego. Em Campinas teremos a 20ª Marcha Zumbi dos Palmares, com concentração a partir das 9h30, na Estação Cultura, no centro da cidade. O STU juntamente com a ADunicamp está propondo uma programação. Fique de olho nos nossos canais de divulgação para saber mais informações sobre as celebrações.

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