A reitoria divulgou no último dia 12 que 51,9% dos aprovados no vestibular deste ano são oriundos de escolas públicas. Do total de aprovados 22,36% são autodeclarados negros (pretos e pardos) ou indígenas. No aspecto social os dados são uma vitória da luta movida por entidades, organizações e movimentos por uma universidade mais inclusiva. No recorte racial, entretanto, a meta da própria universidade (35%) não foi mais uma vez atingida, o que evidencia a importância da Unicamp cumprir a legislação federal que assegura a reserva de vagas para afrodescendentes e indígenas como reparação histórica aos efeitos de uma sociedade construída sobre a base da escravidão e da discriminação racial.
Durante a coletiva que anunciou os números o reitor José Tadeu Jorge apontou que a Universidade ainda não sabe porque em alguns cursos é baixa a quantidade de inscritos no perfil socioeconômico e racial aos quais se destinam as políticas afirmativas.
A direção do sindicato saúda a vitória dos novos estudantes e reafirma as análises de estudiosos sobre o tema que apontam as desigualdades sociais e de raça no Brasil como elementos que rebaixam inclusive as perspectivas de muitos jovens, afastando-os da busca por uma formação de nível superior. É preciso avançar mais na superação desta chaga para construir uma universidade efetivamente democrática e popular. Além disso, potencializa-se agora para a Unicamp o desafio de promover políticas de permanência estudantil a fim de assegurar que estes jovens ingressantes tenham assegurado seu direito à conclusão dos cursos e também a importância da luta que o Fórum das Seis trava junto ao Cruesp por avanços do GT de Assistência Estudantil.