Texto: Rodrigo Cruz
Foto: Fernanda de Freitas
Os trabalhadores da Limpadora Centro, empresa terceirizada responsável pela limpeza na Unicamp, aprovaram, em assembleia realizada nesta sexta-feira na Praça da Paz, que entrarão em greve a partir desta segunda-feira (22/07). Entre as principais reivindicações estão o aumento salarial (o piso atual é de R$ 755,00) e da cesta básica (hoje em R$ 75,00), melhores condições de segurança no trabalho, a ampliação do quadro funcional, o fim do assédio moral e da discriminação, além da readmissão das funcionárias demitidas recentemente por perseguição política.
O movimento foi deflagrado após o fim do prazo estabelecido pela empresa para a apresentação de uma contraproposta à pauta de reivindicações da categoria, entregue por uma comissão de funcionários no mês passado, quando tiveram início as primeiras assembleias para discutir a situação de precariedade imposta pela empregadora. O prazo para a apresentação da contraproposta era hoje (19).
Recentemente, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Ambiental de Campinas e Região (Siemaco), que representa legalmente a categoria, enviou todas as denúncias contidas na pauta ao Ministério Público e notificou também a Unicamp, tendo em vista que a resolução de muitos problemas apontados dependem de uma resposta da Universidade, que é a contratante do serviço. Entretanto, nem a Centro e nem a Unicamp apresentaram, até agora, uma resposta aos trabalhadores.
Em comunicado enviado hoje à categoria, o Siemaco informou que aguarda audiência no Ministério Público para dar continuidade às negociações com a Limpadora Centro e com a Unicamp. A Universidade e a empresa já foram notificadas sobre o início do movimento de greve (ver o documento abaixo).
STU apoia esta luta
Para o STU, a situação dos trabalhadores da Limpadora Centro é mais uma demonstração do quão perverso é o processo de terceirização de serviços que tomou conta da Unicamp nas últimas décadas. Enquanto o setor público promove o enxugamento do quadro funcional, prejudicando qualitativamente o atendimento prestado à sociedade, as empresas privadas lucram milhões todos os anos à custa do serviço precarizado prestado por um grande contingente de trabalhadores.
Por compreender que os problemas enfrentados pelos funcionários da Centro também são de responsabilidade da Unicamp, o STU esteve presente desde o início das mobilizações da categoria e seguirá acompanhando o caso para exigir que a Universidade e a Limpadora atendam às reivindicações do movimento grevista.
Essa é a forma que o STU encontra de intervir concretamente na luta contra a terceirização desenfreada no serviço público, que tem se expressado nacionalmente na luta contra a aprovação do PL 4.330, que amplia a terceirização do trabalho nos setores público e privado. O sindicato acredita que as trabalhadoras hoje contratadas pela Limpadora Centro deveriam ser admitidas pela Universidade por meio de concurso público, como acontecia até pouco tempo atrás. Essa medida garantiria, entre outras coisas, melhores salários, a possibilidade de progressão na carreira e direitos políticos.
Para que as terceirizações não continuem a avançar na Unicamp e para que todos aqueles que ajudam a construir a Universidade sigam tendo os seus direitos respeitados, o STU orienta todos os servidores técnico-administrativos a apoiar a luta das trabalhadoras e trabalhadores da Limpadora da Centro. Vamos à luta!
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