Rodrigo Cruz
Os trabalhadores da Unicamp aprovaram os eixos centrais da Campanha Salarial Unificada 2013 em assembleia geral realizada hoje no Ciclo Básico. De acordo com a proposta do Fórum das Seis, referendada por unanimidade pela categoria, o tratamento isonômico entre os servidores das universidades estaduais paulistas será o centro da pauta deste ano, bem como a democratização das estruturas de poder das instituições. Em relação ao índice de reajuste, os presentes aprovaram a proposta de construção de um reajuste salarial que considere a inflação e recupere as perdas históricas (tendo como referência o ano de 1989)
Sucessão na Unicamp demonstra força da luta dos trabalhadores
Durante a assembleia, os trabalhadores debateram as perspectivas de intervenção da categoria no período da Campanha Salarial. Todos foram unânimes em reconhecer que o primeiro turno da consulta para reitor evidenciou a força da pauta dos funcionários técnico-administrativos. Para o diretor do STU Paulo Gouvêia (CLE), isso só foi possível devido à greve por isonomia realizada em 2011. “Graças a essa mobilização, hoje todos os candidatos são obrigados a se posicionar sobre as nossas reivindicações, especialmente sobre a questão da isonomia”.
Para o diretor Antônio Alves, o Toninho, o processo de consulta para reitor deste ano foi pautado inteiramente pelos trabalhadores técnico-administrativos. Toninho lembrou que o STU teve um papel fundamental nesse processo ao convocar a assembleia que definiu a plataforma de reivindicações da categoria, em novembro do ano passado. O documento serviu de base para as sabatinas com os candidatos realizadas em janeiro deste ano pelo STU em parceria com o DCE Unicamp e a Adunicamp, além de subsidiar debates e entrevistas durante a campanha para reitor.
Para casar o processo de sucessão para reitor com o início da Campanha Salarial 2013, foi sugerido que o sindicato convoque para o mês de abril um ato para comemorar o fim da gestão Fernando Costa, considerada pela categoria uma das piores gestões da história da Universidade, e outro durante a posse do novo reitor para cobrar o compromisso com as pautas assumidas durante a campanha. A proposta foi aprovada pelo plenário e deve ser referendada na próxima assembleia, quando o calendário de mobilização da Campanha será definido.
Próxima Passos
Com a aprovação dos eixos da Campanha Salarial 2013, o STU levará as contribuições dos funcionários da Unicamp para a próxima reunião do Fórum das Seis na semana que vem. Depois disso terá início uma nova rodada de assembleias nas três universidades, com o objetivo de definir calendário e pautas da Campanha. Como de costume, também será definida em breve a pauta específica de cada Universidade.
Na Unicamp, a preparação para a Campanha Salarial terá ainda uma rodada de reuniões nas unidades, que terão início assim que terminar o segundo turno da consulta para reitor.
Entenda porque as assembleias da Campanha Salarial começaram mais cedo este ano
A Campanha Salarial, que tradicionalmente tem início no mês de maio, começa mais cedo este ano. O motivo da antecipação das primeiras assembleias pelo Fórum das Seis foi a medida arbitrária do Cruesp anunciada no último dia 7 de fevereiro, que “reestruturou” a carreira docente nas universidades estaduais paulistas conferindo reajuste salarial apenas aos docentes MS-6.
Além disso, na Unicamp, diante da auditoria do Tribunal de Contas do Estado referente ao exercício de 2011, que apontou o recebimento de supersalários na alta cúpula da Universidade, e das notícias veiculadas na imprensa nacional sobre a reserva orçamentária de R$ 1,1 bilhão, já está evidente que a Universidade tem dinheiro suficiente para conceder a isonomia salarial aos funcionários imediatamente.