Embora tenha afirmado por diversas vezes no período de campanha que sua gestão seria pautada no diálogo permanente com a comunidade universitária, o novo reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, não compareceu à primeira reunião de negociação da Campanha Salarial 2013, agendada para a manhã de ontem por solicitação do STU (ver ofício nesta página). Sem dar maiores satisfações aos trabalhadores, a assessoria de Tadeu informou que ele foi a São Paulo participar de uma reunião com o atual presidente do Cruesp, João Grandino Rodas.
Para o STU, a ausência à reunião sem nenhum aviso prévio guarda muita semelhança com a postura da reitoria Fernando Costa. Eleito devido ao voto dos funcionários técnico-administrativos que manifestaram na consulta sua vontade de por fim à gestão privatizante e autoritária que comandou a Unicamp entre 2009 e este ano, o novo reitor inicia sua gestão desrespeitando os trabalhadores da Universidade ao confirmar a reunião de negociação e não comparecer à mesma.
A reunião foi marcada no dia 2 de abril por meio de ofício recebido pelo coordenador geral, Álvaro Costa. Além disso, logo cedo na manhã de ontem o novo reitor recebeu o Boletim do STU ao entrar pelo portão 5 do campus de Barão Geraldo. Por que, além de não comparecer, Tadeu sequer se dispôs a informar pessoalmente aos trabalhadores que desde cedo se concentravam em frente à reitoria que tivera um compromisso de última hora? Pior, nenhum outro membro da reitoria foi designado para conversar com a categoria.
Primeiras declarações de Tadeu contradizem discurso de campanha
O “furo” do novo reitor acontece um dia após suas primeiras declarações públicas no cargo, nas quais contradiz a ideia de que sua gestão irá romper com o legado privatizante deixado por Fernando Costa. O fato de Tadeu esquivar-se de reafirmar a posição manifestada durante a campanha de que a aquisição da Fazenda Argentina não é uma prioridade e o argumento da falta de verbas para implementação imediata da isonomia dão sinais de que a nova reitoria não estará tão comprometida com a categoria que o elegeu. Ainda mais diante da possibilidade da Unicamp gastar R$ 150 milhões para comprar a área vizinha ao campus de Barão Geraldo e sendo público que a Universidade tem uma “reserva técnica” de R$ 1,27 bilhão (suficiente para custear a isonomia dos pisos salariais com a USP por sete anos).
1 comentário até agora
Estudante PreocupadoPostado em11:42 pm - abr 28, 2013
Mais do que nunca, agora é hora dos funcionários cobrarem o novo reitor, que de fato foi eleito pela grande maioria desta categoria.
No meu entender, foi uma grande ilusão acreditar que Tadeu seria diferente do Costa. Ele, inclusive, tem muito mais traquejo político para passar a conversar em todo mundo.
Uma boa sorte a todos nós.