Os atentados do dia 13 de novembro na França causaram enorme comoção internacional em razão do assassinato de 130 civis. A ação somou-se à morte de 12 pessoas em janeiro deste ano, perpetrado também em París pelo grupo terrorista ISIS (na tradução para a língua portuguesa, ‘Estado Islâmico’).
Um dia antes os terroristas já tinham matado 43 pessoas em Beirute, capital do Líbano.
Segundo a Anistia Internacional pode ter causado a morte de mais de duas mil pessoas na Nigéria em apenas cinco dias na semana passada. Em março de 2014, 600 pessoas já tinham perdido a vida no país africano em meio à guerra entre as tropas oficiais e o Boko Haram, que é acusado de já ter sequestrado mais de duas mil mulheres e meninas. As sequestradas que conseguiram fugir ou foram libertadas pelo exército nigeriano relatam ter sido vítimas de incontáveis estupros coletivos.
No Quênia, em abril deste ano, o grupo Al-Shabab (associado à Al-Qaeda, criada pelo terrorista Bin Laden) já havia assassinado 147 numa universidade.
As ondas criminosa promovidas por grupos o ISIS, Boko Haram, Al-Shabab e outros que usam como forma de expressão o terror contra o povo, o banditismo político e o morticínio de civis merecem total condenação e repúdio de todos os povos.
No entanto, a condenação ao terror não pode servir à demonização do Islamismo – religião que nada a tem a ver com o terrorismo e cujos adeptos têm se manifestado em todo o mundo contra tais crimes. Também não pode justificar o avanço colonial do imperialismo norteamericano e europeu (que também vitima inocentes e estimularam e financiaram por muitos anos tais grupos terroristas) que agora devem usar tais ataques como pretexto para ampliar a onda de xenofobia, de intervenções militares, de restrição de liberdades democráticas e de criminalização dos movimentos sociais.