A corrida para as eleições no segundo turno para a Reitoria da Unicamp está em andamento. O STU sabendo da importância dessa decisão para nossa universidade, organizou um debate em forma de entrevista, na última quinta, 20/03, na sede do sindicato com os candidatos.
Segundo Turno Eleição Reitoria Unicamp
É importante lembrarmos que o segundo turno para consulta à comunidade da Unicamp para reitor da Unicamp vai ocorrer amanhã e quarta-feira, dias 25 e 26 de março, por meio eletrônico.

Confira a seguir como foram as sabatinas realizadas pelo STU:
Prof. Dr. José Antônio Rocha Gontijo e Profa. Dra. Marisa Masumi Beppu
Já na largada Gontijo e Marisa disseram que eram contra o Ponto Eletrônico porque ele não combina com a maneira de operação da Universidade. Falaram sobre a proposta de gestão, que está centrada na valorização de recursos humanos, melhorias de condições de trabalho e pecúnia para que diminua a desigualdade que há entre as universidades.
O STU fez três perguntas aos candidatos:
1- Prof. Gontijo no seu programa de gestão há um compromisso seu, que na primeira reunião do Consu será pautado o abono de R$ 10 mil. Se os membros do Consu não aprovarem, qual vai ser o seu posicionamento? Esse abono será estendido aos aposentados?
Na resposta ele confirmou o seu compromisso com o abono, mas não confirmou o valor, disse que precisa ver a garantia orçamentária. Falou também da importância em convencer as pessoas (Consu) que esse abono não vai comprometer outras demandas da universidade. Não falou se será estendido aos aposentados. Mas confirmou que o valor sairia do saldo da universidade.
2- Os aposentados ao longo dos anos perderam muitos direitos, quando os aposentados trabalhavam tinham direito ao auxílio alimentação, e agora deveriam ter direito ao auxílio saúde, porque foram aposentados com paridade. Inclusive tiveram perdas com o confisco que não foi devolvido. Se for eleito, pretende estender a paridade com os ativos?
Falou que existe uma dificuldade muito grande porque todos os benefícios não são incorporados à aposentadoria. Se comprometeu a fazer uma avaliação jurídica daquilo que for possível repassar aos aposentados, que seja repassado. Disse que é importante um acréscimo pecuniário ao salário, pois só assim os aposentados poderão receber também.
3- O novo reitor da Unicamp será o próximo presidente do Cruesp. Sabemos que a Unicamp tem praticamente R$ 2 Bilhões de reais em caixa, que são suficientes para recuperar perdas salariais desde maio/2012. No seu plano de gestão tem previsão de liquidar essas perdas salariais?
Gontijo disse que há um compromisso na sua gestão de investir nas pessoas, e isso passa pela discussão de todas as distorções que houveram no transcorrer do tempo em relação a pecúnia/salário. Falou que a ideia é estudar onde há diferença de salário e corrigir isso. Sobre o Cruesp ele disse que deve ser um local de política acadêmica e salarial. A professora Marisa afirmou que a reposição/dissídio é prioridade, porque é o que mantém o poder de compra das pessoas.
A Professora Silvia Gatti, que também é presidente da ADunicamp, esteve na mesa junto com o STU e questionou os candidatos sobre as atividades políticas do reitor. Falou sobre alguns órgãos, como a ALESP, que são fundamentais para que a Universidade esteja presente. Por fim, ela questionou se os candidatos não tem medo com a privatização da Unicamp.
Os candidatos responderam que sim, e que a função do reitor é estar presente, e comentou sobre assessorias políticas que a universidade teve dentro da ALESP. Que é preciso recuperar o protagonismo da Universidade e que é fundamental nos próximos quatro anos ter união e fazer com que as universidades continuem existindo. Gontijo frisou sobre a importância em ter uma carreira bem estruturada tanto para docentes quanto para técnicos, para que não haja futuramente problema na reposição de quadros.
Após a mesa fazer seus questionamentos, foi aberto para categoria fazer perguntas. As principais preocupações da nossa base foram com relação a saúde mental dos trabalhadores, a preocupação em ter uma mesa permanente de negociação com o sindicato, já que temos muitos itens da nossa pauta específica que precisam ser debatidos, a busca pela isonomia, o fretado que ainda tem causado muitos problemas aos trabalhadores da Unicamp, a implantação do teletrabalho e como isso funcionará na casa do funcionário, a formação do trabalhador e como avaliar a progressão de carreira, dentre outros assuntos que podem ser conferidos na transmissão ao vivo disponível no facebook do STU: facebook.com/stu.unicamp

Prof. Dr. Paulo César Montagner e Prof. Dr. Fernando Antônio Santos Coelho
No início da sua fala o professor Cesinha falou sobre a missão da sua gestão que é incluir as pessoas, valorizar os processos, fortalecê-los e transformar a Unicamp cada dia mais. Também foi enfático ao afirmar que um dos 20 princípios do seu programa é a defesa inegociável da universidade pública, gratuita, democrática, inclusiva e referenciada. O professor Coelho disse que o objetivo é conversar com todas categorias da universidade e garantir que tenha condição de implementar e aperfeiçoar a qualificação dos funcionários.
Confira a seguir as perguntas do STU:
1- Se eleitos professores, qual o compromisso que vocês têm com o abono, que é pedido pelos funcionários, pela classe trabalhadora, e se isso for pautado no Consu e não for aprovado, como já aconteceu, qual a posição de vocês?
Segundo Cesinha, a sua dedicação agora é focar na data-base, que é o processo mais importante na relação Cruesp, Fórum das Seis e autonomia universitária das três universidades paulistas. Ele disse também que quanto melhor for as condições de busca por reposição salarial, melhor serão as condições para os trabalhadores. O professor Coelho enfatizou que o compromisso é garantir para os servidores docentes e técnicos aumento de renda real. Mas que não afastam a possibilidade de discutir com a comunidade um abono de qualquer natureza, ou outro tipo de valorização que a comunidade ache interessante.
2- O Prof. Cesinha sabe a luta dos aposentados para que tenham melhorias, nesses anos todos a categoria só teve perdas com o confisco, está limitada ao fretado, e tem direito a uma refeição na universidade. Os aposentados terminaram suas carreiras com paridade, mas perderam vale alimentação e auxílio saúde. Temos ciência que pode ser feito alguma coisa para alcançar isso, e juridicamente os aposentados estão amparados por serem aposentados com paridade. Sendo eleito, os aposentados terão condições de sentar e debater essas demandas?
O professor Cesinha confirmou que teve muitos encontros e de fato não houve avanços. Ele confirmou que pode ser discutido um programa para que os aposentados contribuam com a riqueza do conhecimento que possuem. Disse que há questões que a legislação não permite oferecer, e que não há segurança jurídica para extensão. Mas que é possível conversar sobre o transporte e alimentação. Não vê problema em discutir um programa que permita essa permanência dos aposentados no campus. Já o professor Coelho comentou sobre a possibilidade do vale refeição ser avaliada, já que algumas prefeituras da região usam algum mecanismo para isso, mas precisa ver a jurisprudência em cima desse tipo de auxílio.
3- No ano passado nós tivemos uma arrecadação que teve um crescimento de 14%, e no dia 16/05 tivemos negociação com o Cruesp apenas 5%, e havia naquele período uma discordância de quanto seria a arrecadação. Nós do F6 dizíamos que ia crescer, e os técnicos dos reitores diziam que não, então permaneceu 5%. Na nossa opinião temos uma dívida do ano passado que teve crescimento de quase 9% real acima da inflação/arrecadação. Esse ano a arrecadação está com crescimento de 12% em relação aos dois primeiros meses do ano passado, significa dizer que ela tá crescendo o dobro da inflação. O próximo reitor vai ser o presidente do Cruesp, na nossa opinião a Unicamp, USP e Unesp tem condições de fazer a recomposição salarial desde maio/2012 até agora, que seria necessário um reajuste de 16%. Qual a política que vai ser adotada quando assumir a presidência do Cruesp em relação a questão salarial que atinge ativos e aposentados?
A resposta do professor Cesinha foi que ele vai buscar o melhor índice possível dentro de um processo seguro, pois a universidade também precisa de muitos investimentos. E que, isso também é importante para os aposentados, pois traz uma necessária reposição que ajuda muito as pessoas que ajudaram a construir a universidade. O professor Coelho complementou relembrando o compromisso de valorizar constantemente as pessoas, buscar um equilíbrio para ter um aumento significativo, dentro daquilo que a universidade possa fazer, mantendo a segurança financeira da Unicamp.
Na sequência a professora Silvia, presidente da Adunicamp fez a mesma pergunta para os candidatos da parte da tarde. Enfatizou que o reitor não tem que administrar nada, mas que precisa ter uma boa equipe. E que o reitor precisa ter um papel político externo. Ela comentou que o STF aprovou a inserção do sistema privado na gestão de 33 escolas dentro do estado de São Paulo. E isso é um risco para a Universidade. Por fim, ela questionou como os candidatos atuarão no campo da política interna e externa, necessária para que nós efetivamente sejamos uma universidade com ensino, pesquisa, extensão, referenciada e etc…?
O professor Cesinha respondeu que a gestão da universidade precisa fomentar a vontade de fazer a gestão da universidade. Ele também disse que isso precisa fazer parte das políticas internas, e que o modelo de GR e a não incorporação de GRs está desanimando as pessoas a assumirem compromisso com a gestão. Ele sugeriu organizar um sistema que possa colocar pessoas em vários locais que foram perdendo espaço de atuação. O professor Coelho finalizou dizendo que é preciso abrir mecanismos de conversa constantemente com a comunidade. E que o plano de gestão deles possui a intenção de montar uma assessoria parlamentar política ligada ao gabinete do reitor.
No segundo bloco desta sabatina, foi aberto a perguntas da nossa categoria dos que estavam presentes na sede do STU.
A maioria das perguntas foram semelhantes aos primeiros candidatos na parte da manhã, sobre reunião de negociação de campanha salarial, assédio moral, Ponto Eletrônico, entre outras questões. Para conferir todas as perguntas da categoria acesse a transmissão ao vivo pelo facebook.com/stu.unicamp.
Após as duas sabatinas a comunicação do STU fez a mesma pergunta aos dois candidatos:
– Se você for eleito, qual a prioridade na sua gestão?
Prof. Gontijo respondeu: “A nossa prioridade dentro da universidade são as pessoas, nós temos que fazer com que as pessoas se sintam felizes aqui dentro, não só no ponto de vista pecuniário, mas felizes com relação a vivência deles dentro da universidade”.
Prof. Cesinha respindeu: “Nós temos muitas prioridades, mas uma delas que nós queremos fazer imediatamente é dar sequência ao processo que iniciamos de valorização de pessoas através de progressões e de outras questões referentes a isso”.
Lembrando que o seu voto vai definir a gestão da Unicamp pelos próximos quatro anos. A consulta à comunidade no segundo turno será realizada por voto eletrônico, na próxima terça e quarta-feira, dias 25 e 26 de março.