Mesmo após a publicação do estudo de identificação e delimitação de duas aldeias no Diário Oficial da União no início deste mês, indígenas ainda sofrem com ameaça de despejo
Apesar da enorme repercussão na imprensa e nas redes sociais, especialmente após as manifestações de solidariedade realizadas em mais de 50 cidades brasileiras em novembro passado, e da publicação, no Diário Oficial da União, do estudo de identificação e delimitação de duas aldeias no dia 8 de janeiro deste ano, o povo Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul ainda sofre com a ameaça de despejo. De acordo com informações do Acampamento Internacional de Solidariedade aos Guarani Kaiowás, que acompanha de perto a situação das aldeias, a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), entidade representativa dos fazendeiros da região, anunciou que irá questionar o relatório, cujo conteúdo prevê a criação de terras indígenas em áreas hoje tomadas pelo cultivo de soja e cana. Caso o relatório seja revogado, as aldeias correm o risco de ser efetivamente removidas.