É com imensa consternação e tristeza que o STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp) informa o falecimento da diretora do SINTPq (Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia), Lidiana Lucindo Moraes, que trabalhava no CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais).
A diretoria do STU oferta as suas homenagens ao legado por ela construído, que muito contribuiu para um país socialmente justo. E expressa também os seus sentimentos de solidariedade e condolências à família, colegas de trabalho e amigos da companheira Lidiana, bem como a toda diretoria e equipe do SINTPq.
As informações sobre o velório serão compartilhadas assim que possível pelo SINTPq.
Lidiana Lucindo Moraes, presente!
Nota de Pesar do SINTPq
É com profundo pesar que a diretoria do SINTPq comunica o falecimento de sua diretora Lidiana Lucindo Moraes. Trabalhadora do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), Lidiana era diretora do sindicato desde 2021, tendo construído ao longo do último período estreitos laços de amizade e companheirismo com os membros da direção do sindicato, com os profissionais da categoria e com representantes de diversas instituições com as quais desenvolvia importantes projetos, como o Conselho Municipal de Saúde, o Cerest (Centro de Referência Regional em Saúde Trabalhador) e o IDET (Instituto Popular de Desenvolvimento em Educação, Trabalho e Tecnologia).
Sempre cheia de energia e entusiasmo, Lidiana colocava o coração em tudo que fazia. Nas negociações coletivas, defendeu incansavelmente a valorização dos profissionais da ciência e tecnologia. Com um olhar atento aos desafios contemporâneos, conseguiu implementar ações relacionadas à saúde mental e à consolidação de canais diretos de diálogo com os trabalhadores, buscando sempre garantir que todos e todas pudessem opinar e denunciar qualquer injustiça.
No campo social, Lidiana participou ativamente de campanhas solidárias e ações educativas voltadas para crianças e jovens da periferia. Com uma postura sempre corajosa, Lidiana combateu intensamente as injustiças sociais e as desigualdades de raça, gênero e orientação sexual. Presença constante nos movimentos sociais, ela semeou a admiração e a amizade de incontáveis pessoas, que hoje lamentam sua partida com muita dor no coração.
Mais do que uma dirigente sindical, Lidiana foi uma guerreira. Mulher preta e periférica, como ela costumava se apresentar, Lidiana construiu uma trajetória de superação das barreiras sociais, tendo conseguido ocupar seu espaço na maior estrutura científica do país, tradicionalmente dominada por homens brancos. Ciente de que tais barreiras não seriam derrubadas por méritos individuais, Lidiana trabalhou durante toda a vida por mudanças estruturais em nossa sociedade racista e desigual. Em entrevista dada ao SINTPq para as celebrações do Dia da Consciência Negra de 2021, ela declarou:
“Entendo que ser uma mulher, CIS, LGBTQIA+, periférica, atuante socialmente, mãe solo de dois e estar na maior estrutura científica do país é o legado da geração a qual pertenço para as próximas. Nós estamos quebrando a hegemonia desses locais a duras penas. Expondo violências, nos posicionando por termos tido um ‘despertar social’, isso faz com que violências ‘sutis’, porém ainda atuantes, tanto social quanto institucionalmente, sejam nomeadas e expostas. Chegamos para ocupar, porém sem pertencer. Esse é o meu sonho para as próximas gerações. Penso que remover o questionamento ‘será que estou no lugar certo?’ da nossa cabeça nos trará uma energia que pode ser direcionada de modo revolucionário na busca por equidade.”
Por fim, o SINTPq manifesta suas condolências para os familiares, amigos e colegas de trabalho de Lidiana Lucindo Moraes. Informações sobre o velório serão compartilhadas assim que possível.