O jornal ‘O Globo’ publicou editorial neste domingo (24) que causou escândalo. O texto defendia abertamente “aproveitar para acabar com o ensino superior gratuito”, taxado pelo jornal de “mecanismo de injustiça social”. Na verdade, as organizações Globo, que construíram seu império de comunicação sustentadas pelo Estado durante a ditadura militar, que financiou a expansão da empresa, ataca a universidade pública neste momento exatamente porque ela vem, lentamente e em níveis mais baixos do que o STU defende se tornando mais inclusiva.
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais divulgada pelo IBGE em dezembro do ano passado, em 2004 a proporção de estudantes com rendimento familiar mais alto que frequentavam o ensino superior público era de 54,5%. Em 2014 a participação desse segmento na universidade pública cai para 36,4%. Por outro lado, nas três faixas de rendimentos mais baixas, o percentual de estudantes do ensino superior público saltou de 18,6% para 38,3% mesmo período.
A Unicamp ocupou as páginas dos principais jornais do país quando verificou-se que 88,2% dos aprovados para o curso de Medicina no último vestibular são oriundos de escolas públicas.
Esta é a verdadeira causa da irritação das Organizações Globo. Mais estudantes pobres no ensino superior pressionam ainda mais o Estado brasileiro a cumprir o que determina o inciso V do artigo 208 da Constituição Federal, que estabelece que é dever do Estado assegurar “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”. A mídia que sustentou o golpe agora quer avançar sobre mais um direito da população. Não passarão! O STU estará na luta junto com todos os defensores da universidade pública contra mais esse ataque.