Hoje (3) à tarde aconteceu mais uma rodada de negociação entre a reitoria, a diretoria do STU e os representantes do Comando de Greve.
A categoria cobrou do reitor José Tadeu Jorge a retirada imediata dos cortes de pontos. No entanto, o gestor alegou que está seguindo a orientação jurídica da PG (Procuradoria Geral) que encaminhou a medida como forma de cumprir a Lei de Greve e dar retorno ao questionamento do MP (Ministério Público). Ele também afirmou que cada unidade tem autonomia para descontar ou não os salários e “assim que o movimento acabar iremos proceder com a recomposição dos salários, o mais rápido possível, para garantir o cumprimento de um acordo de fim de greve”.
Por várias vezes o reitor tentou barganhar condicionando a retirada dos descontos ao fim da greve. Informou ainda que é possível imprimir uma folha suplementar com as alterações necessárias e que a devolução dos salários poderá ser feita em até cinco dias úteis. A categoria alegou que não é possível condicionar a retirada dos descontos ao fim da greve porque tal prática fere o direito de greve. E sobre o MP a indicação é que a reitoria informe ao órgão que estamos em processo de negociação da pauta de reivindicações.
Os trabalhadores cobraram um debate efetivo sobre a verba extraorçamentária, com abertura detalhada das contas da Universidade e o número do processo aberto no MP, para termos ciência dos argumentos utilizados para a ação. E o STU se comprometeu a encaminhar sugestão de agenda para discutir os itens prioritários da Pauta de Reivindicações Específicas.
Itens econômicos da pauta
Questionado sobre as perdas salariais o gestor disse que, assim que houver recuperação orçamentária, o Cruesp se compromete a realizar novas reuniões com o Fórum das Seis para discutir o tema que tem prioridade para o órgão. Tadeu reconheceu, mais uma vez, que 3% de reajuste são insuficientes, quando as perdas salariais representam quase 10%.
Em relação ao debate sobre os itens econômicos, o reitor voltou atrás em sua afirmação ao dizer que não se recusa a negociá-los. Disse que está disponível para discutir todos eles, mas alega que o problema é que não há a menor possibilidade de efetivação dos itens que causem impacto financeiro porque, neste momento de crise, não há espaço no orçamento para a realização de gastos na Universidade. “Não estamos proibidos de discutir os assuntos econômicos, podemos até discutir, mas não temos como ampliar os custos orçamentários”, explicou o reitor.
Tadeu justifica sua falta de diálogo, principalmente sobre os itens econômicos, como medida prática para agilizar a discussão do restante da pauta dos trabalhadores. De acordo com ele, discutir temas que não serão implementados pode atrasar a negociação de outras reivindicações.
O fato é que, se a Unicamp está passando por uma grave crise, só um segmento está arcando com os custos dos problemas da instituição. “Nós, trabalhadores, não podemos pagar a conta da Universidade sozinhos”, afirmou um trabalhador durante a reunião.
Para discutir essas e outras questões pertinentes à greve, o STU convoca toda a categoria para comparecer à Assembleia Geral, amanhã (4), às 10h, no CB (Ciclo Básico).