Nota de solidariedade da FASUBRA à GREVE das Trabalhadoras e Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UNICAMP

No dia 24 de agosto, as trabalhadoras e trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) aprovaram em Assembleia o início de uma greve contra a instalação do ponto eletrônico na Instituição que é imposto para a categoria.

A direção da FASUBRA Sindical manifesta solidariedade ao Sindicato dos Trabalhadores da UNICAMP
(STU) e às trabalhadoras e trabalhadores em greve. Trata-se de uma pauta relacionada à democratização da gestão do trabalho na Universidade Pública Brasileira. Não é razoável impor dentro de uma Universidade regimes diferentes no controle do trabalho. A categoria técnica-administrativa em educação é tão fundamental para a construção da Universidade quanto a docente. A Universidade não se desenvolve com a ausência do trabalho de um desses dois segmentos da comunidade universitária. Então a quem interessa a imposição de um controle autoritário e ineficaz para a qualidade do trabalho, apenas para a categoria técnica-administrativa em educação?

Além de não garantir eficiência e qualidade do trabalho, o ponto eletrônico se configurará como um
mecanismo prejudicial para o fortalecimento do ensino, da pesquisa e da extensão. O estulto ponto
eletrônico dificultará e desmotivará o necessário envolvimento de trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação com sua prática cotidiana. A pesquisa e a extensão são, por vezes, exercidas fora da sala destinada a encaminhamentos administrativos e burocráticos. Este tipo de controle torna mais débil o compromisso da UNICAMP em produzir pesquisas e conhecimento, em conjunto com a população, e visando o desenvolvimento social, cultural, econômico e político da região e do país.

O controle rígido representado por este tipo de sistema também pode se configurar como um limitador da capacidade organizativa das trabalhadoras e dos trabalhadores técnico-administrativos em educação da instituição, para defender a própria UNICAMP. Existem outros mecanismos mais democráticos, eficazes e harmoniosos para regulamentar a gestão do trabalho na Universidade Pública Brasileira. A direção da FASUBRA nutre a expectativa de que nesse próximo período da conjuntura brasileira, a Universidade Pública caminhe a frente, com mais democracia e autonomia, em detrimento da lógica autoritária, negacionista e destrutiva que marcam a história da educação no Brasil nos idos de 2016 a 2022.

Alertamos que a greve das trabalhadoras e trabalhadores é uma luminosa ação na luta pela necessária democratização das Universidades e do serviço público de nosso país, e por isso estaremos nesta luta lado a lado. A Universidade é o melhor lugar do mundo, para fazer desse mundo, um mundo melhor.

FASUBRA Sindical
Brasília-DF, 25 de agosto de 2023