Estudantes dão exemplo e ocupam mais de 160 escolas contra plano de Alckmin

Desde quando foi anunciado o plano do governo Geraldo Alckmin de fechar 94 escolas estaduais no Estado e separar os ciclos de ensino por unidade escolar, os estudantes secundaristas têm dado um exemplo de luta e resistência.
Segundo informes do movimento “Não feche a minha escola”, mais de 160 instituições já estão ocupadas por alunos, com apoio de pais e professores, em todo o Estado. Seis delas ficam na cidade: Antonio Vilela Júnior, Carlos Gomes, Júlio de Mesquita, Francisco Glicério, Jamil Gadia e Reverendo Eliseu Narciso. A imprensa já divulgou que na região 55 escolas devem ser afetadas pela “reorganização” governamental, sendo 16 delas na cidade de Campinas.
A medida fará com que irmãos que estudam hoje numa mesma escolas sejam separados (dificultando ainda mais a vida dos pais e mães). Os custos com transporte para as crianças e jovens se deslocarem entre a escola e suas residências também vai aumentar. Professores e funcionários também estão sob ameaça.
Após a onda de ocupações o governo anunciou “proposta” de suspender por dez dias o plano, o que foi repudiado pelos estudantes, que seguem em luta.
Reunião de conciliação marcada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo nesta segunda (23) foi adiada por falta de consenso com os estudantes, que querem o cancelamento de tal plano. O TJSP também rejeitou o recurso da Secretaria de Educação que pedia a reintegração de posse das escolas ocupadas.
Ícones da educação como o professor da Unicamp Demerval Saviani, artistas e movimentos sociais têm apoiado a luta dos estudantes.
As congregações das Facudades de Educação da Unicamp e da USP, vários departamentos e conselhos de unidades da Universidade Federal de São Carlos também se manifestaram contra a bagunça que Alckmin quer promover nas escolas.
Os alunos também organizam um boicote ao Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar de São Paulo), forçando o cancelamento da prova nas escolas ocupadas. O Saresp é criticado também porque seu único objetivo é ranquear as unidades de ensino para estabelecer o pagamento de bônus aos professores, que cobram plano de carreiras.
O STU empenha total apoio à luta dos estudantes e convida todos os servidores a se solidarizarem com os jovens, participarem das atividades promovidas nas escolas ocupadas, contribuírem com a doação de alimentos para possibilitar a permanência dos jovens até a derrota de mais esse ataque à educação paulista.

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