Comer ou pagar conta: nosso salário não dá para mais nada!

Uma pesquisa da ABBT (Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador) divulgada pela imprensa aponta que o trabalhador campineiro gasta em média R$ 41,35 para almoçar fora de casa. Esse preço é maior que a média nacional, avaliada em R$ 40,64.

Em poucas palavras: não está dando nem para se alimentar fora de casa!

Um estudo realizado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra que cerca de 37% dos reajustes salariais das categorias com data-base em junho, inseridos no Sistema Mediador, do Ministério do Trabalho e Previdência, até 11/07, conquistaram ganhos reais.

O percentual de data-base que fechou com valor igual à inflação também ficou próximo a 37%. Já os reajustes abaixo da inflação representaram 26% dos casos.

Esse resultado mostra que a classe trabalhadora, finalmente, conquistou o maior percentual de reajustes acima da inflação por data-base, desde setembro de 2020.

Mas o que isso tem a ver com você, que trabalha na Unicamp?

Tudo!

A melhora dos resultados das negociações salariais nesta data-base, no Brasil todo, aponta que, apesar do período de pandemia da Covid-19, o momento tem favorecido reajustes salariais acima da inflação.

Repor a inflação do período não significa que os patrões ficaram bonzinhos. Ao contrário, isso prova que a maioria dos empregadores reduziu custos, demitiu funcionários e, consequentemente, aumentou os seus caixas com essa economia que fizeram.

Na Unicamp essa situação não é diferente!

Universidades escondem o ouro

Desde 2020 a arrecadação de ICMS segue em alta, sendo que, de janeiro a junho/2022 o aumento ficou cerca de 7,7% maior do que deveria estar, no mesmo período, apontando para um resultado superior ao previsto pelos reitores em 2022.

O comprometimento médio da USP, Unicamp e Unesp com a folha de pagamento manteve-se quase inalterado após o reajuste de março/2022.

As universidades estão fazendo caixa à custa do nosso trabalho árduo, descaradamente!

De acordo com o Fórum das Seis, a inflação que deixou de ser paga, desde maio/2012, corresponde a 16,5 salários não recebidos por cada servidor técnico-administrativo e cada docente, ou seja, 1 ano e 8 meses trabalhados de graça.

Para piorar tem a situação dos aposentados que além de não ter vale alimentação, são os principais atingidos com a inflação somada às dificuldades de manter as boas condições de saúde.

Não são suposições das entidades sindicais, são números!

Resumindo: a inflação não dá trégua; a alta dos preços da refeição, água, energia elétrica, gás etc., é muito maior em Campinas; a arrecadação das Universidades também está crescendo e a única coisa que diminui são os nossos salários.

Para retomarmos nosso poder aquisitivo precisaríamos de um reajuste de 22,23%, em junho/2022.

Mas, ao invés de discutir a valorização dos funcionários, que faz com que a Unicamp se destaque no cenário mundial, o reitor Tom Zé, presidente do Cruesp, segue fugindo da negociação, desde 13/04, data em que protocolamos a Pauta de Reivindicações, da data-base de 2022.

Dia 10/08, às 12h, na Praça da Paz, tem Assembleia Geral para discutirmos os rumos da nossa data-base e o indicativo de atraso do semestre letivo, se a negociação não acontecer.

Refeição em Campinas/SP (Fonte: ABBT)

  • Preço Médio: R$ 41,35
  • Prato Feito: R$ 25,54
  • Prato Executivo: R$ 55,85
  • Autosserviço/quilo R$ 34,42
  • Refeição à la carte: R$ 90,97

Obs.: O cálculo leva em conta o prato em si, uma bebida (refrigerante, água ou suco), uma sobremesa e um café.

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