Em reunião com trabalhadores, reitor recusou contraproposta da categoria e afirmou que negociação só em outubro * Unidades devem discutir posicionamento dos trabalhadores e organizar participação na reunião do comando de greve, às 14 horas no Ciclo Básico.
Depois de muita pressão, o reitor Tadeu se reuniu com representantes do STU e do comando de greve no dia de ontem. Logo no início do debate, os trabalhadores explicitaram que a contraproposta apresentada pela categoria como resolução da assembleia geral do último dia 8 visa recompor efetivamente os compromissos com a segunda fase da isonomia, não se configurando uma “recusa” ao que abono e referência no piso da carreira apresentado pela reitoria, como a administração da Unicamp dera a entender em declarações à mídia. Os servidores explicaram ainda que o índice de 21% para os funcionários a título de abono foi pago aos docentes e os funcionários já aprovovaram também a extensão do abono a todos servidores da ativa e aposentados.
O reitor, no entanto, reafirmou que a Universidade não se dispõe a rediscutir a proposta de negociação antes de outubro, quando disse ainda haver uma “esperança” de que seja possível à USP conceder o reajuste devido desde a data-base (1º de maio). De acordo com o reitor, só se a USP concordar com a reposição das perdas salariais o Cruesp se disporá a rever o índíce salarial.
ISONOMIA – Ainda segundo Tadeu, a segunda etapa da isonomia será ajustada à realidade orçamentária, o que significa retroceder no calendário da proposta que a reitoria apresentou em comunicado de julho de 2013, que assegurava três referências para os que estivessem abaixo do piso da USP e mais uma no processo de avaliação. A reitoria falou do seu “compromisso programático”, mas não fixou calendário, remetendo a discussão para outubro.
Desrespeito – Para a categoria, ficou evidente que se mantém uma situação de desrespeito aos trabalhadores e uma tentativa dos reitores de empurrar para as costas dos técnico-administrativos a responsabilidade pela suposta crise nas universidades.
Enquanto isso, os supersalários pagos a dirigentes e alguns gestores da alta administração seguem em vigor, embora por diversas vezes questionados pelo Tribunal de Contas do Estado.
É inaceitável a possibilidade de que o reajuste simplesmente não ocorra, como se não fosse um direito dos trabalhadores previsto em lei.
mobilização – Enquanto acontecia a reunião com a comissão, os trabalhadores ficaram do lado de fora em vigília aguardando o resultado das discussões. No ato, os trabalhadores chamaram atenção para o fato de que o crescimento da Universidade tem a ver com a dedicação dos servidores.
COMANDO – Ao final da discussão, Tadeu se comprometeu a marcar nova reunião com a categoria após a próxima assembleia.
A reunião do comando de greve de hoje deve decidir a data da próxima assembleia geral. Por isso, é muito importante que as unidades se reúnam e discutam, diante do não avanço das negociações, a organização das atividades dos próximos dias e encaminhamentos a serem discutidos no comando de greve que terá início hoje às 14 horas, no CB.
DEdIC – As trabalhadoras do Sistema de Educação Infantil também realizaram ontem uma vigília em frente à DGRH cobrando o agendamento de uma reunião com a coordenadora do órgão para discutir a pauta específica do segmento. O encontro ficou marcado para hoje, às 9h30, e o reitor prometeu enviar alguém de seu gabinete para acompanhar.
Reivindicações dos trabalhadores:
– Abono (21% sobre os salários, já descontado o imposto de renda)
– 1 referência para todos os servidores, fora do processo de isonomia
– Efetivação da segunda etapa do processo de isonomia (três referências para todos os pisos, conforme compromisso assumido pelo reitor em julho/2013)
– Vale-refeição
– Definição do calendário de discussão do restante da pauta específica, incluindo as reivindicações da DEdIC
Proposta da Reitoria
– Abono 21% incluso os aposentados;
– Uma referência nos pisos;
– Definição de um calendário de discussão da Pauta Específica somente depois de outubro, incluindo as reivindicações da DEdIC.
Repúdio à substituição de grevistas
O Comando de greve da Unicamp repudia qualquer ação que infrinja o direito de greve do funcionário, desconsiderando sua legítima manifestação pacífica.
O parágrafo segundo do artigo 6º da Lei 7783/1989 estabelece textualmente que “é vedado às empresas adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento”. Mesmo para o funcionamento de serviços essenciais – que não é o caso de laboratórios de ensino – o acordo de funcionamento deve ser feito entre empregadores e empregados (e no caso da área de saúde da Unicamp os próprios trabalhadores vêm assegurando o atendimento essencial).
Constitui ato ilícito e violação do direito de greve a realocação de funcionários para desempenhar funções que deixaram de ser exercidas em decorrência da greve, cabendo denúncia junto ao Ministério Público quando houver indícios da prática do delito.