Os trabalhadores da Unicamp reunidos em Assembleia Geral, hoje (4) à tarde, deram o pontapé inicial para a construção da Campanha Salarial 2015.
Na ocasião foram discutidas as perspectivas de mobilização tendo em vista o recente anúncio do governador Alckmin de ajustes financeiros à custa do arrocho salarial dos servidores públicos. Os trabalhadores não aceitaram que a crise político-econômica, pela qual o país está passando, seja justificativa de impeditivo para a implementação da isonomia e dos avançarmos na discussão sobre reposição das perdas salariais.
Após duas horas de avaliação da conjuntura nacional e dos indicativos do Fórum das Seis, a assembleia deliberou:
- Indicar ao Fórum das Seis que seja fixado um índice salarial que reivindique a recuperação das perdas salariais somada à inflação acumulada de 2014/2015;
- Que o STU cobre, novamente, resposta oficial do reitor a respeito da efetivação da isonomia, bem como seus respectivos dados;
- Que as unidades realizem suas reuniões para debater a Campanha Salarial, o calendário da isonomia e também eleger o membro para o Conselho de Representantes (CR);
- Aprovar um calendário de lutas que tem como norte a construção da greve caso não se efetive a isonomia com a USP, sem prejuízo de participação no calendário indicado pelo Fórum das Seis para debater as questões da data-base 2015.
Os trabalhadores agendaram para 16 de abril a realização de nova assembleia para discutir o indicativo de paralisação ou de deflagração da greve, com vistas na resposta do reitor Tadeu sobre a efetivação da isonomia, cujo prazo vence em 19 de abril.
Encaminhamentos gerais
A assembleia aprovou uma nota de repúdio ao calendário do Dia Internacional da Mulher proposto pela Unicamp que tem como tema “Afinal, o que querem as mulheres?”.
A iniciativa encampada pelo GGBS propõe ações totalmente desconectadas às lutas das mulheres porque indicam atividades com temática como “A Mulher e o Amor”, Minicurso de Auto Maquiagem, Minicurso de Moda no Ambiente de Trabalho e Feira da Beleza.
Essas atividades reforçam preconceitos e estereótipos extremamente machistas que vão de encontro à pauta feminista por melhores condições de trabalho, equiparação salarial com os homens, mais vagas na creche, combate a toda forma de violência etc. A assembleia defende que a discussão proposta pelo GGBS está ultrapassada porque as mulheres querem mais do que se embelezar. Sua luta é por um mundo justo, igualitário e sem exploração e opressão.
A assembleia também aprovou, por unanimidade, a Moção de Apoio ao Povo Kariri Xocó que vive no município de Porto Real do Colégio, em Alagoas (AL) e que está mobilizado pela “reintegração de posse” de suas terras já regulamentada há anos. Os indígenas reivindicam que os posseiros e fazendeiros, que perderam em última instância o direito de posse na Justiça, desocupem imediatamente as terras.
Plenária Fasubra
A assembleia geral aprovou a indicação de quatro trabalhadores para participarem da Plenária da Fasubra, que ocorrerá neste fim de semana.
A comissão será composta por um representante de cada coletivo que compõe a diretoria do STU, bem como seu respectivo suplente. Os coletivos são “Alerta Unicamp – Compromisso com o Trabalhador”, “Vamos à Luta”, “Apesar de Você” e “Lutar Pra Valer”.
Calendário de Lutas
- 06/03 – Ato Nacional contra a EBSERH e em Defesa dos Hospitais Universitários da Fasubra (Rio de Janeiro/RJ)
- 07/03 – Ato do Dia Internacional de Luta das Mulheres (Campinas/SP)
- 07 e 08/03 – Plenária da Fasubra
- 10/03 – Reunião da Comissão de Aposentados das Três Universidades Paulistas (Piracicaba/SP)
- 19/03 – Assembleia Geral dos Trabalhadores da Unicamp
- 31/03 – Ato dos Aposentados contra as Medidas do Governo Federal – MP’s (Piracicaba/SP)