Assembleia aprova desligamento de diretor e indica medidas socioeducativas para coibir violência de gênero

Na última terça-feira (14), chegou ao fim o trabalho de acolhimento e apuração das denúncias de violência de gênero cometidas no ambiente sindical realizado pela Comissão de Mulheres Contra a Violência de Gênero.

A assembleia realizada nesta data aprovou o Relatório Final apresentado na íntegra pela comissão acatando a indicação de destituir do cargo de diretor o trabalhador denunciado.

A Comissão de Mulheres compreende que os assédios cometidos pelo diretor denunciado são graves merecendo uma punição rigorosa, bem como a implementação de medidas socioeducativas pelo STU, como ações da campanha salarial, para coibir esse tipo de postura no ambiente sindical. Sendo elas:

– A criação de um protocolo de encaminhamento em casos de denúncias de assédio envolvendo a diretoria e a base;

– A elaboração de cartilhas e materiais sobre os tipos de violência contra a mulher, incluindo a violência política de gênero no ambiente sindical;

– A destinação de recursos para realização de formações com viés classista, feminista e antirracista, obrigatórios aos diretores, com participação aberta à categoria.

A assembleia também aprovou o desligamento do diretor citado do quadro de associados do Sindicato, conforme determina o Estatuto do STU, por onerar os cofres da entidade devido às ações impetradas por ele na Justiça.

Medida histórica na entidade

O posicionamento das integrantes da Comissão de Mulheres é que não há ambiente seguro e adequado para a atuação das mulheres, no STU e na Unicamp, e que existe a necessidade urgente de formação continuada de homens e mulheres sobre questões de gênero, em ambos os espaços e com início imediato.

O desligamento do diretor denunciado é entendido pela comissão como um marco na luta por equidade de gênero no ambiente sindical, e serve de exemplo para outras entidades de luta no campo trabalhista. “É preciso que todos compreendam que o fazer sindical deve avançar com equidade de gênero, de modo que comportamentos machistas, inaceitáveis, não serão mais tolerados. Esperamos que o STU repense o seu Estatuto e a sua postura enquanto entidade, no sentido de combater tais opressões”, afirmou Marina Carvalho Cunha Claro, integrante da comissão.

A coordenadora da pasta da “Mulher Trabalhadora” da Fasubra e diretora do STU, Bianca Zupirolli, solicitou cópia do documento, tendo em vista que a federação se propôs a dar suporte na elaboração de políticas de combate à violência de gênero no STU.

Em entrevista, Bianca pediu desculpas pelas falhas da Federação ocorridas durante o processo de apuração dos fatos sobre a violência de gênero “o momento de greve das universidades federais impactou em todas as atividades, mas isso não justifica nossa ausência no processo, como relatado na assembleia do STU”.

Segundo ela, “os encaminhamentos dados pela Comissão de Mulheres foram muito precisos e gostaria de agradecê-las por esse trabalho. Afinal, não é um trabalho fácil, pois muitos relatos ali descritos atravessam nós, mulheres, em muitas dores e por muitos momentos em nossas vidas”.

Bianca reforçou que a Fasubra se coloca à disposição para auxiliar na construção desse processo socioeducativo, assim como na elaboração das cartilhas propostas e nos debates que irão ocorrer.

Apesar de toda tensão, as vítimas presentes se sentiram aliviadas com a rapidez e sensibilidade da Comissão de Mulheres Contra a Violência de Gênero na elaboração do relatório final e, principalmente, com a deliberação dada pela assembleia.

O STU reforça seu compromisso de combater veemente posturas opressoras e violentas dentro e fora do ambiente sindical.

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