O encontro “Saúde em Debate” discutiu os desafios e soluções do sistema de saúde pública

Em junho o STU organizou o “Saúde em Debate”, um evento que debateu os entraves da Saúde Pública, especialmente para os/as usuários/as idosos/as.

O encontro foi aberto por Cleusa Schetini e Sandra Ramos, da Coordenação de Aposentados e Assuntos de Aposentadoria do STU, com mediação de Elisiene Lobo, coordenadora geral do sindicato, que juntas garantiram uma condução qualificada das discussões. Além da participação especial da cerimonialista, Magdaelei Amorim.

O evento discutiu questões cruciais relacionadas à saúde pública. Entre os temas abordados estavam a valorização dos/as profissionais da saúde, as dificuldades enfrentadas pelos/as usuários/as do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual), os desafios do sistema público de saúde e a necessidade de políticas de prevenção e tratamentos mais acessíveis.

Desafios do SUS e valorização dos/as profissionais da saúde

A maioria dos/as palestrantes apresentou preocupação com o desmonte do sistema de saúde público e os impactos negativos que isso tem tanto para os/as trabalhadores/as quanto para os/as usuários/as.
Houve também uma forte ênfase na necessidade de valorizar os/as profissionais da saúde, melhorando suas condições de trabalho e segurança. Foi destacada a sobrecarga enfrentada pelos/as trabalhadores/as, especialmente durante a pandemia de Covid-19 e nas crises subsequentes, como os atuais surtos de dengue e gripe.

O médico sanitarista e ex-presidente da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho), Pedro Tourinho, fez críticas ao governador Tarcísio e à administração local devido à falta de investimentos adequados no setor de saúde, destacando a precarização dos serviços e o sucateamento de hospitais importantes como o Hospital Mário Gatti.

Segundo ele, “com o passar do tempo, esse desenho político feito pela direita, pelo campo da extrema direita, prevê a extinção das funções públicas na área de prestação de políticas públicas. A direita tem uma compreensão mínima sobre isso. Para eles dever do estado é a segurança pública, sistema judiciário e praticamente só isso”.

Para Tourinho é importante lutar por uma gestão que possa aperfeiçoar a contratação e valorização dos/as profissionais da saúde porque essa política entreguista vai gerar a extinção do serviço público, como ele existe hoje.

Importância da prevenção na saúde

Um ponto central do debate foi a necessidade de focar em políticas de prevenção para evitar que a população chegue aos estágios finais de doenças, onde o tratamento é mais complexo e oneroso.
Sugestões incluíram o investimento em academias ao ar livre, retomada da Farmácia Botica da Família, hortas comunitárias que visem melhorar a qualidade de vida e prolongar a longevidade da população.

Com destaque também para a necessidade de fortalecimento e ampliação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, que oferece uma visão ampliada dos processos de prevenção dos agravos à saúde, assim como a promoção do cuidado integral do ser humano, pensando no meio ambiente e sua inserção na sociedade.

Para Carlos Eduardo Siqueira Pinheiro, assessor do mandato Gustavo Petta, “a saúde não é só o médico e a estrutura que nós conhecemos como os Centros de Saúde, as UPAS e os hospitais, ao contrário, ela integra também medidas como o combate à poluição, medidas como o saneamento básico, medidas como fortalecimento e o trabalho da prevenção nas escolas são parte do conjunto da prevenção da saúde na nossa cidade”.

A prevenção foi destacada como uma estratégia essencial para reduzir a incidência de patologias modernas com grande potencial para a redução de sintomas que acometem a saúde mental.

Para ele é fundamental “o fortalecimento do pronto socorro e do programa de saúde da família, que é um programa que ajudaria e contribuiria de forma exponencial para a garantia de um atendimento maior e de melhor qualidade lá na ponta”.

Os entraves do Iamspe

O Iamspe foi pauta de muita reclamação dos/as presentes na plateia, formada em sua maioria por funcionários/as estatutários/as idosos/as.

Um dos palestrantes ressaltou a importância da luta pelo Iamspe, destacando que é essencial para os/as servidores/as públicos, reivindicarem junto ao governo estadual a garantia de financiamento para a reestruturação do sistema.

A vereadora Paolla Miguel resgatou a história do Iasmpe que vem sofrendo reduções drásticas em seu orçamento, ao longo desses 63 anos de criação.

Segundo a parlamentar, de lá pra cá, houve cortes de cerca de 300 médicos/as e mais de mil funcionários/as da assistência e do administrativo. “Isso faz com que a gente perceba o quão difícil é a gente conseguir hoje uma especialidade. Então na cidade de Campinas, muitas vezes, quando as pessoas querem ter um atendimento mais humanizado ou querem buscar um atendimento profissional, elas não vão atrás do Iamspe porque elas sabem que lá é difícil você marcar consultas, é difícil marcar um atendimento especializado. Então, precisa buscar o Hospital do Servidor, lá em São Paulo, que é uma referência em saúde e acompanhamento, mas fica na cidade de São Paulo, o que acaba dificultando o acesso, principalmente da população mais periférica que tem dificuldade de ter acesso a um carro”, explicou a parlamentar.

Houve muitas críticas também em relação ao processo de desligamento solicitado pelo/a servidor/a, que atualmente não permite o seu retorno, prejudicando demais a vida daqueles/as que precisam retornar ao sistema.

Outro ponto discutido foi a necessidade de organização de uma luta unificada para fortalecer tanto o Iasmpe quanto o SUS. A defesa de um sistema de saúde público forte e bem financiado foi apresentada como crucial para garantir o atendimento adequado e humanizado aos/às servidores/as e à população em geral.

De acordo com Elisiene Lobo, coordenadora geral do STU, o governador Tarcísio tem tratado o serviço público de maneira negligente, confiscando verbas públicas da saúde e da educação, resultando em salários achatados, condições de trabalho precárias, aumento da sobrecarga de trabalho e inúmeros desafios no atendimento, especialmente na rede básica de saúde.

Desafios e aprendizados

O evento “Saúde em Debate” serviu como um fórum para discutir os desafios e soluções do sistema de saúde pública e as formas de melhorar a situação dos/as usuários/as e as condições de trabalho dos/as profissionais.

Para o presidente da Comissão Consultiva Mista do Iamspe, José Luiz Moreno, os sindicatos, funcionários/as público/as, usuários/as do SUS e população em geral precisam participar das audiências públicas onde são discutidos os rumos da saúde pública.

Segundo ele, o/a usuário/a do SUS ou do Iamspe estão interligados/as na mesma rede. E são nesses espaços de audiência que podemos questionar, reivindicar e acompanhar as políticas públicas.
“Então, para estar se organizando, para estar se fortalecendo, a gente tem que participar e a gente tem que debater, a gente tem que mostrar a cara, que nós somos uma população que defende o SUS e que defende o Iamspe ao mesmo tempo”, explicou Moreno que também é diretor da APEOESP.

A ênfase na valorização dos/as profissionais e o investimento nas políticas de prevenção e tratamento também foram pontos destacados como essenciais para um sistema de saúde mais eficiente e humano.
A explanação de cada debatedor/a ressaltou a importância de eventos como este para a troca de ideias e o fortalecimento do maior sistema público de saúde do mundo, o SUS.

A companheira Nayara Oliveira, do Movimento Popular de Saúde (MOPS), que fez muito falta no encontro, infelizmente não pode estar conosco por conta de um imprevisto.

Os/as convidados/as foram presenteados/as com o livro “A História de Luta dos Trabalhadores da Unicamp”, que conta a trajetória de organização e luta dos/as trabalhadores/as da Unicamp. A entrega foi feita pela Sra. Maria Conceição e Sr. Salomão, do Departamento dos Aposentdos/as do STU.

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