O STU participou, na última segunda-feira (22), de uma reunião de negociação com a reitoria da Universidade para discutir as condições de trabalho dos funcionários contratados pela Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp). Participaram da reunião o Chefe de Gabinete da Reitoria, o Prof. Paulo Cesar Montagner, e o Vice-Reitor e Presidente do Conselho Curador da Funcamp Prof. Alvaro Penteado Crósta e os diretores do STU Iuriatan Muniz e Danielle Consolino.
A reunião ocorreu a pedido da direção do sindicato, que desde o início da atual gestão tenta agendar com a reitoria da Unicamp uma reunião de negociação sobre temas relativos à realidade dos trabalhadores da Funcamp. O STU apresentou à reitoria os principais itens da pauta de negociação da categoria, definidos em assembleia realizada no dia 17/07: a isonomia dos pisos salariais, a habituidade e o aumento do vale-alimentação, a estabilidade no emprego, a participação nas instâncias decisórias da Universidade e a consolidação do calendário Unicamp como calendário oficial da Fundação.
Em relação ao estabelecimento de pisos salariais isonômicos com a Unicamp, os representantes da reitoria informaram que o tratamento econômico dispensado à categoria seguirá sendo desigual. César e Crósta afirmaram que a razão de ser da Funcamp é “fazer coisas que a Unicamp não consegue fazer” e que, nesse sentido, a diversidade nos valores das remunerações seria importante para Universidade. Eles argumentaram ainda que os convênios firmados pela Fundação são muito diversos e que qualquer aumento poderia inviabilizar os orçamentos das unidades.
Tendo em vista as recentes denúncias sobre demissões arbitrárias de funcionários da Funcamp no Hospital de Clínicas, o STU também cobrou da reitoria o compromisso com estabilidade no emprego, um dos elementos que hoje diferenciam o trabalhador da Fundação de um servidor contratado diretamente pela Universidade. A reitoria argumentou que as demissões arbitrárias na Funcamp são casos pontuais e se dispuseram a encaminhar as relações de trabalho estritamente dentro dos parâmetros da CLT, o que significa, na prática, continuar a tratar os funcionários da Unicamp contratados pela Funcamp como trabalhadores da iniciativa privada.
A reitoria também não mostrou disposição em alterar as regras estatutárias que excluem os trabalhadores Funcamp das instâncias decisórias da Universidade, entre elas o Conselho Universitário (CONSU). O STU argumentou que, embora não sejam reconhecidos enquanto servidores públicos, os funcionários da Fundação participam diariamente da construção da Unicamp. Hoje, um dos efeitos da ausência de representação dos funcionários da Funcamp no conselho universitário é a inviabilização completa de qualquer debate sobre as demandas desse setor nos espaços de decisão da Unicamp.
Sobre o vale-alimentação, a reitoria informou que já existem negociações dentro da diretoria executiva da Funcamp para promover em breve o aumento dos valores do benefício . A questão da habituidade (pagamento do vale nos dias de trabalho interrompidos) será considerada, mas um posicionamento final da Fundação ainda está em discussão.
Também ficou pendente para uma próxima reunião um retorno a respeito da possibilidade de reconhecimento do calendário da Unicamp como oficial da Funcamp, medida que poderia evitar, por exemplo, que os trabalhadores da Fundação sejam chamados para trabalhar nos períodos de recesso e feriado previstos no calendário da Universidade.
Uma nova reunião entre reitoria e sindicato para dar continuidade aos debates sobre a Funcamp deverá ser marcada em breve.