O Dia Internacional dos Trabalhadores, em 1º de Maio, terá uma relevância especial neste ano de 2020. Acontece em um momento do país carregado de contradições, com o governo Bolsonaro assumindo uma conduta cada vez mais irresponsável. Ao mesmo tempo, agrava-se a crise econômica, em meio ao avanço da pandemia do coronavírus.
Esse cenário exige ações decididas. A ameaça à democracia pelo bolsonarismo deve encontrar na classe trabalhadora uma barreira firme de resistência. Ela é a primeira a ser atingida quando um projeto autoritário se impõe. Nesse período de revés na estrutura sindical e na legislação trabalhista, já foi possível notar como agem os inimigos mais radicais dos direitos dos trabalhadores.
Essa prática obedece à lógica de que a classe trabalhadora organizada e unida é um forte obstáculo a projetos como o que está em curso no Brasil de transformar o país em mera fonte de matérias primas e força de trabalho super explorada. Sem democracia, os trabalhadores perdem força, por não poderem se organizar e fazer valer o fator numérico unitário, e o caminho para a imposição do autoritarismo fica desobstruído.
Nessa situação da Covid-19, a importância dessa unidade é ainda maior. O descaso e a irresponsabilidade do governo Bolsonaro com a vida dos trabalhadores e de seus familiares poderão agravar ainda mais a tragédia que se abate sobre o Brasil e os brasileiros. Como não existe garantia de que a economia nacional será protegida dos efeitos da pandemia, os empregos vão para o ralo e a fonte de renda seca. Os trabalhadores são lançados no olho da rua, entregues à própria sorte.
O evento convocado de forma unitária pelas centrais sindicais para o 1º de Maio, ocorrerá via internet e será aberto com uma celebração ecumênica. A decisão das entidades de trabalhadores de se unirem a uma gama de organizações e personalidades representativas da sociedade para o ato ganha relevância também, além do fato em si, por ser mais um passo significativo na direção da união de amplas forças na defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores.
Estarão presentes os ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e lideranças políticas como o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB-MA) e Ciro Gomes (PDT).
Essa ação das centrais sindicais e demais organizações corresponde ao momento político do país. Com ela, haverá um palco, numa data simbólica, para a frente ampla em defesa da democracia, da economia nacional, do emprego e da renda, uma agenda que demanda amplitude. Respeitando às regras da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de outras autoridades sanitárias de isolamento social, o ato já entrou para o rol das ações decisivas em defesa do país e do povo.
Fonte: Portal Vermelho