1º de Maio: dia de luta!

Este domingo foi dia de manifestações em todo o país contra as ameaças de retirada de direitos trabalhistas e sociais, contra o golpe do impeachment em curso no Congresso Nacional e em solidariedade às mobilizações que também aconteceram em nível internacional pelo Dia dos Trabalhadores.

Em São Paulo, os trabalhadores da Unicamp participaram das três principais mobilizações.

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Anhangabaú (crédito: Luciana Araújo)


Ato unificado contra o golpe –
No Vale do Anhangabaú, no Centro da capital paulista, cerca de 100 mil pessoas se reuniram num ato em defesa da democracia e por mais direitos. A manifestação foi convocada pela CTB, CUT, Intersindical, MTST e diversas outras entidades que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Na parte da tarde do ato, que teve início às 10 da manhã, diversos artistas, entre eles Chico César, a MC Luana Hansen e Martinho da Vila se manifestaram contra o golpe.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, destacou que “ganha força a necessidade de tomar as ruas para impedir o retrocesso e fazer valer a imediata retomada do crescimento econômico e destinar centralidade ao processo de valorização do trabalho”. Adilson também defendeu a realização de um plebiscito que consulte a população brasileira sobre a necessidade de antecipação imediata das eleições presidenciais de 2018.

Já o presidente da CUT, Vagner Freitas, alertou que “os golpistas estão vendendo a ideia de que fazendo o impeachment, no dia seguinte, a economia crescerá 10%, um milhão de empregos serão gerados e o Brasil sairá da crise, mas o impeachment aprofundará a crise”.

Os representantes das centrais sindicais falaram quando a presidenta Dilma Rousseff já havia chegado ao ato, onde anunciou a entrega de novas unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, a correção da tabela do imposto de renda e reajuste nos valores do Bolsa Família, além de denunciar o golpe que vem sofrendo.

Edson Carneiro (o Índio), liderança da Intersindical, ressaltou diante da presidenta que “não apoiamos seu governo, mas não hesitamos em nos somar aos movimentos sociais contra o golpe”.

Guilherme Boulos, dirigente do MTST, frisou que “não temos nenhuma expectativa de que saia deste Congresso outra alternativa que não o golpe. Ali nos carpetes eles já consturaram e articularam uma vitória. A nossa chance de resistir, de barrar esse projeto desastroso de regressão social é nas ruas”.

Durante o protesto foi convocado um novo dia nacional de paralisações e trancaços em rodovias para 10 de maio, com o lema “Mais democracia, mais direitos e contra a corrupção”.

Antes do ato no Anhagabaú, uma parte da militância esteve no tradicional ato da Pastoral Operária, em frente à Catedral da Sé.

Crédito: Facebook CSP-Conlutas

Crédito: Facebook CSP-Conlutas

Espaço Unidade de Ação defendeu greve geral e “Fora, todos!” – Na Avenida Paulista, a CSP-Conlutas e entidades e movimentos que compõem o Espaço de Unidade de Ação defenderam a construção de uma greve geral e eleições gerais. Participaram da manifestação cerca de 4 mil pessoas de 20 estados do país, segundo informa a Central. Sob o slogan “Fora Dilma, Pezão, Cunha, Aécio e esse Congresso”, o ato também teve shows de artistas militantes e uma homenagem ao fundador da Pastoral Operária de São Paulo, Waldemar Rossi, que se encontra hospitalizado desde o início de abril.

“O impeachment de Dilma não é a solução porque troca ‘seis por meia dúzia’. Nós precisamos de um governo socialista, em que os trabalhadores possam governar através de conselhos populares. Enquanto isto não é possível, o mínimo que podemos reivindicar são eleições gerais para que o povo possa escolher seus representantes”, defendeu o presidente nacional do PSTU, José Maria de Almeida, conforme publicado na página da CSP.

Campinas (crédito: Kiko)

Campinas (crédito: Kiko)

1º de Maio campineiro – Cerca de 1.500 pessoas também participaram do ato no DIC VI organizado pelas subsedes regionais da CTB e da CUT. A deputada estadual e compositora Leci Brandão animou o ato-show que teve como lema “De luta, de cultura e pela democracia”, no fim da tarde.

 População quer novas eleições e não confia no impeachment como solução para o Brasil

Durante o ato no Anhangabaú, foram apresentados os principais dados da pesquisa realizada pelo instituto Vox Populi por contratação da CUT. Embora 59% não considerem golpe o processo de impeachment aberto no Congresso Nacional, 66% acreditam que esta não é a solução para o país.

Ainda de acordo com o levantamento, para 32% dos entrevistados o Brasil vai piorar se o vice-presidente Michel Temer assumir a Presidência da República. 61% dos entrevistados responderam que o melhor é fazer novas eleições diretas ainda neste ano.

A pesquisa CUT/Vox Populi foi realizada nos 27 e 28 de abril e foram entrevistadas 1.523 pessoas em 97 municípios. A margem de erro é de 2,2%.

Dia de luta dos trabalhadores – O 1º de maio nasceu a partir de uma resolução do primeiro congresso da Segunda Internacional, em homenagem aos líderes da mobilização em Chicago/EUA que em 1886 foram presos por lutarem pela jornada de trabalho de oito horas diárias. À época era comum o trabalho por até 16 horas por dia, além de domingos e feriados. Louis Lingg acabou por se suicidar dentro da cela para não se render à morte pelo Estado. Em 1887, Adolph Fischer, Albert Parsons, August Spies e George Engel foram mortos à forca. Em 1893, Samuel Fielden,  Michael Swab e Oscar Neebe tiveram as penas revogadas após o escândalo internacional que o julgamento manipulado se tornou. Em 1890 realizaram-se pela primeira vez manifestações internacionais em homenagem à luta internacional dos trabalhadores. Viva o 1º de Maio! Viva a luta dos trabalhadores!

Por Luciana Araújo

Com informações da CSP-Conlutas e Confederação Nacional dos Trabalhadores da Espanha.

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