Hoje a nossa greve foi pra rua discutir com a população a crise na universidade pública, o caos na saúde pública, o aumento do desemprego e o mito do ajuste fiscal.
Através de uma aula pública, organizada por estudantes e docentes da Economia e das Artes, nosso movimento aproveitou para dialogar com a população sobre o passado, o presente e o futuro do nosso país no que diz respeito ao trabalho, educação, saúde, economia e trabalho.
Na aula foi apresentado à população o motivo de estarmos em greve há mais de 45 dias. Além de explicar que quando se corta verbas públicas o gestor está contribuindo para o desemprego e a precarização do serviço público.
Mercantilização da saúde e da educação
Está claro que no Brasil a saúde e a educação se tornaram um negócio lucrativo por conta do desmonte do serviço público.
Hoje a nossa greve foi pra rua discutir com a população a crise na universidade pública, o caos na saúde pública, o aumento do desemprego e o mito do ajuste fiscal.
Através de uma aula pública, organizada por estudantes e docentes da Economia e das Artes, nosso movimento aproveitou para dialogar com a população sobre o passado, o presente e o futuro doPara a médica Ellen Machado Rodrigues, a perda gradativa de recursos do SUS significa, por exemplo, a volta de epidemias já erradicadas, a redução de serviços e de procedimentos médicos essenciais, a redução no número da equipe médica e no atendimento da demanda, entre outros ataques. “É preciso defender o SUS porque temos visto que o lucro está acima da vida do cidadão, sem contar que o subfinanciamento da saúde interessa a alguns grupos econômicos no país”, apontou Ellen.
O fato da saúde ser um direito social previsto na Constituição Brasileira e reconhecido como “direito de todos e dever do Estado” é suficiente para empregarmos todas as nossas forças na defesa do SUS.
“A saúde e a educação estão passando de um direito social para ser um lucro para as operadoras de planos de saúde e os conglomerados educacionais privados”, denunciou um docente da Unicamp.
Democratização da Mídia
A necessidade de democratizar a mídia, como parte do processo de construção de um país mais igualitário e justo, também foi pauta da aula pública.
Os docentes explicaram que a mídia trabalha com a “desinformação” da sociedade para defender os interesses dos setores financeiro e empresarial que, cada vez mais, avança com sua política conservadora de retirada direitos e burocratização no acesso da camada carente às políticas sociais.
Combater a precariedade do serviço público
No debate ficou evidente que os problemas da educação e da saúde públicas passam por soluções que visem à construção de políticas públicas sociais efetivas, com mais recursos e transparência na gestão.
O entendimento dos debatedores é que se faz urgente a unidade da classe trabalhadora em busca da construção de um projeto político nacional que priorize o desenvolvimento do país.
“A aula pública cumpriu seu objetivo de dialogar com a população campineira, levando às ruas as preocupações e debates acadêmicos. Sem contar que a discussão sobre saúde e educação públicas não podem ficar restritas à Unicamp porque são temas que dizem respeito à sociedade”, defendeu uma estudante que acompanhou as apresentações.
Vale destacar que as aulas foram marcadas por intervenções de cidadãos campineiros que pararam para ouvir a discussão. A grande maioria dos depoimentos foi de testemunho sobre a precariedade no atendimento no serviço público. Muitos estavam indignados com o caos que se instaurou na saúde e com o descaso em relação às escolas públicas de Campinas.