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Violência no campus alarma comunidade universitária e preocupa STU

A explosão da violência na cidade é visível e na Unicamp a situação não é diferente já que a comunidade passou a conviver com a insegurança que há muito atinge Campinas.

Há quase quatro meses sem controle de acesso nas seis portarias, que passaram a contar com câmeras da Cimcamp (Central Integrada de Monitoramento de Campinas), a comunidade universitária da Unicamp sofre com os furtos de bicicletas e de objetos no interior de veículos, sequestros-relâmpago, roubos e outros vandalismos. E no entorno do campus são registrados ocorrências de assaltos e estupros.

A Universidade está prestes a se tornar palco da violência, tanto que já tivemos inúmeros casos de sequestros aqui no campus. Recentemente um funcionário da Área de Saúde sofreu sequestro-relâmpago e foi abandonado na Estrada do “Mão Branca”, tudo isso ainda pela manhã. Essa área fica na região do bairro Cidade Satélite Iris e é um local popularmente conhecido como “desova” de corpos por ser deserto e perigoso.

Foi divulgado pela CBN Campinas, que o Caism solicitou à Segurança do Campus que intensifique a presença de vigilantes nas ruas e estacionamentos próximos, especialmente na área das cantinas (em frente ao Hospital) e nos estacionamentos entre as ruas Vital Brasil e Albert Sabin.

Essa medida do gestor demonstra que, independente do horário, quem estaciona o carro fica preocupado com a falta de viaturas de segurança. E os delitos registrados preocupam o STU, principalmente em relação aos trabalhadores da área hospitalar pela falta de ronda no local e péssima iluminação no período noturno.

O agravamento dos casos se deu, principalmente, depois da reitoria retirar o controle de acesso nas portarias promovendo a livre circulação no campus, deixando as pessoas desprotegidas a qualquer hora do dia. 

Outro fator importante é que a terceirização do serviço de vigilância trouxe vantagens em termos de custos, mas resultou num contingente pequeno de vigilantes contratados, com alta rotatividade de pessoal e treinamento precário.

O STU defende que a vigilância do campus seja feita por funcionários com treinamento diferenciado para atuar no campus: que conhecem a rotina das unidades e particularidades da vida acadêmica. E isso só será feito de forma eficiente quando retomarmos a fiscalização das guaritas, as rondas forem intensificadas, a frota de veículos for ampliada e também houver um corpo de segurança permanente contratado pela universidade, que seja responsável pela manutenção do patrimônio e pela integridade física das pessoas que aqui circulam.

As medidas implantadas como “Campus Tranquilo”, “Botão de Pânico” (comunicação direta e rápida por celular com a equipe de vigilância interna) e escolta de pessoas não dão conta de evitar as situações de perigo porque são paliativas.

O STU reivindica que a Universidade invista em mecanismos de proteção que garantam efetivamente a segurança da comunidade universitária. Entretanto, não defendemos ronda ostensiva no campus (com PM), ao contrário, o que a Unicamp precisa é de uma vigilância comunitária e desarmada – feita por funcionários concursados e com estabilidade. Para o diretor João Raimundo Mendonça de Souza, o Kiko, a PM não conhece o espaço do campus, já um vigilante contratado pela Universidade além de conhecer as dependências tem a vantagem de criar vínculos com os funcionários das unidades patrulhadas. “Essa política de terceirizar o serviço de vigilância e, recentemente, liberar o controle de acesso ao campus e colocar câmera demonstrou que não funciona e pode agravar a situação. E ter policial armado pode gerar tensão e repressão aos movimentos”, ressaltou Kiko.

As pessoas estão com medo de circular à noite por se sentirem desprotegidas, isso prova que a Unicamp deve investir urgentemente em estratégias que coíbam ações dos bandidos e garantam segurança a docentes, funcionários, alunos e demais pessoas que frequentam o campus e a moradia estudantil também.

Apesar de cobrar reiteradas vezes, até o momento, o STU não teve acesso aos números de casos registrados e nem à política implantada pela reitoria para coibir a violência. E mesmo que a Lei da Transparência estabeleça a divulgação de dados públicos, no site da instituição só é possível ter acesso ao mapa de ocorrências com dados relativos aos últimos 30 dias, com base em ocorrências de atendimentos registradas pela Vigilância do Campus que não dão ideia da quantidade de delitos praticados.

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