A plenária dos trabalhadores e estudantes da Unicamp, realizada ontem (6) à tarde, reafirmou a posição da última Assembleia dos Trabalhadores, de 22 de fevereiro, de que o STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp) não deve apoiar nenhuma das candidaturas postulantes à sucessão para a reitoria e que em conjunto com os estudantes deveria lançar uma anticandidatura.
Na plenária ficou decidido que estarão à frente desta anticandidatura o diretor do STU e da Fasubra Sindical (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições Públicas de Ensino Superior do Brasil), Antônio Alves Neto (Toninho) para a reitor, a estudante das Ciências Sociais (IFCH), Flávia Teles dos Santos, como vice-reitora, e o aposentado Luiz Gonzaga de Brito.
A intenção da anticandidatura é denunciar o processo antidemocrático de sucessão à reitoria que hierarquiza os saberes ao reduzir o peso dos votos dos trabalhadores e estudantes, excluí do processo os aposentados, só permite candidatura de docentes e, para piorar, entrega nas mãos do governador Alckmin a decisão de escolher o reitor, independente da escolha da comunidade universitária.
Esta anticandidatura formada por um funcionário técnico-administrativo, uma estudante e um aposentado, além de não ser convencional no processo, pretende unificar bandeiras, reforçar a luta em defesa do Serviço Público de qualidade e da Universidade Pública, democrática e popular.
A anticandidatura é também uma ação política de protesto e de denúncia não só ao processo considerado antidemocrático e excludente, mas também por entender que as candidaturas homologadas não dialogam com a pauta dos trabalhadores e estudantes. Pauta que inclui, entre outras lutas, a defesa de um projeto de universidade cidadã, isonomia, democracia real, cotas na graduação, pós-graduação e concursos públicos, permanência estudantil, jornada de 30 horas na área da saúde, autonomia universitária, garantia de todos os direitos dos servidores que mudaram de regime, mais verbas para a universidade, valorização do servidor público, direitos políticos para os aposentados nos processos eleitorais e consultas à comunidade e contra as punições aos funcionários e estudantes e à entrada da PM no campus. Bem como, o fim do supersalários, da dupla matrícula, das terceirizações, do assédio moral e do desmonte do serviço público, entre outras demandas.
A anticandidatura denuncia ainda a ilegitimidade do presidente Michel Temer (PMDB) e sua política de desmonte do serviço público, de cortes de verbas públicas e retirada de diretos trabalhistas e sociais – por meio das reformas da Previdência e Trabalhista. Além de se contrapor à política entreguista do governador Alckmin (PSDB) de ataques às escolas, universidades e saúde públicas.
Este momento político histórico é importante na vida da Universidade, porque unifica estudantes e trabalhadores na construção de uma plataforma política e também na indicação do voto nulo contra o processo de consulta arcaico, antidemocrático e que só agrava as desigualdades dentro da comunidade universitária. Disparidades representadas pelo voto da categoria docente que equivale a 3/5 do colégio eleitoral, sobrando para os estudantes 1/5 e para os técnico-administrativos 1/5 do peso decisório. Ou seja, o voto de um professor vale pelo de 4 servidores e 15 estudantes.
Por isso, é importante que todos participem e colaborem na construção dessa campanha afinada com os interesses dos trabalhadores e estudantes.
Luizão, Flávia e Toninho, os anticandidatos que defenderão a pauta dos estudantes, trabalhadores e aposentados.