Para o STU, a ausência à reunião sem nenhum aviso prévio guarda muita semelhança com a postura da reitoria Fernando Costa. Eleito devido ao voto dos funcionários técnico-administrativos que manifestaram na consulta sua vontade de por fim à gestão privatizante e autoritária que comandou a Unicamp entre 2009 e este ano, o novo reitor inicia sua gestão desrespeitando os trabalhadores da Universidade ao confirmar a reunião de negociação e não comparecer à mesma.
A reunião foi marcada no dia 2 de abril por meio de ofício recebido pelo coordenador geral, Álvaro Costa. Além disso, logo cedo na manhã de ontem o novo reitor recebeu o Boletim do STU ao entrar pelo portão 5 do campus de Barão Geraldo. Por que, além de não comparecer, Tadeu sequer se dispôs a informar pessoalmente aos trabalhadores que desde cedo se concentravam em frente à reitoria que tivera um compromisso de última hora? Pior, nenhum outro membro da reitoria foi designado para conversar com a categoria.
Primeiras declarações de Tadeu contradizem discurso de campanha
O “furo” do novo reitor acontece um dia após suas primeiras declarações públicas no cargo, nas quais contradiz a ideia de que sua gestão irá romper com o legado privatizante deixado por Fernando Costa. O fato de Tadeu esquivar-se de reafirmar a posição manifestada durante a campanha de que a aquisição da Fazenda Argentina não é uma prioridade e o argumento da falta de verbas para implementação imediata da isonomia dão sinais de que a nova reitoria não estará tão comprometida com a categoria que o elegeu. Ainda mais diante da possibilidade da Unicamp gastar R$ 150 milhões para comprar a área vizinha ao campus de Barão Geraldo e sendo público que a Universidade tem uma “reserva técnica” de R$ 1,27 bilhão (suficiente para custear a isonomia dos pisos salariais com a USP por sete anos).