Em resposta à sessão do Conselho Universitário (CO) realizada no dia 1° de outubro, que refutou a proposta de eleições paritárias e aprovou uma série de mudanças que revertem o caráter antidemocrático do processo de escolha do reitor da Universidade, os estudantes da USP ocuparam a reitoria para reivindicar eleições diretas para reitor, votação paritária entre as três categorias (alunos, funcionários e professores) e fim da lista tríplice. À noite, reunidos em assembleia geral, os estudantes também decidiram entrar em greve por tempo indeterminado.
O movimento acontece três meses depois de o reitor João Grandino Rodas ter anunciado uma reforma estatutária para alterar o modelo de eleições para o cargo de reitor. Entretanto, a despeito do que havia sido divulgado e das reivindicações históricas dos estudantes, funcionários e professores daquela Universidade, o CO aprovou, a portas fechadas, um modelo de consulta sem caráter decisório, sem paridade e sem extinção da lista tríplice – a exemplo do que acontece atualmente na Unicamp.
Esse modelo não aponta no sentido de democratizar a estrutura da Universidade. Ao contrário, só contribui para mantê-la sob a administração de uma minoria de pessoas ligadas ao Governo do Estado e ao PSDB.
O STU, que também luta pela implementação de eleições diretas para reitor na Unicamp, apoia a mobilização dos estudantes da USP.
O sindicato entende que o estatuto daquela Universidade, assim como o da Unicamp, mantém resquícios do tempo da ditadura militar e precisa ser urgentemente reformado, com a ampla participação da comunidade universitária. Somente com a democratização da Universidade será possível mudar efetivamente seus rumos e resistir ao processo de sucateamento e privatização imposto pelos sucessivos governos do PSDB.