Sindicato também reivindica a construção de uma proposta alternativa de segurança que
não inclua a presença da Polícia Militar
Estudantes ocupam desde a última quinta-feira (3) o prédio da reitoria da Unicamp em protesto contra a entrada da Polícia Militar nos campi da Universidade. A ocupação ocorreu logo após uma assembleia convocada pelo Diretório Central Estudantil (DCE) com a participação de mais de 600 estudantes.
Durante a assembleia, o plenário também definiu uma pauta de reivindicações que inclui, além da saída da PM, a não punição dos estudantes que participam do movimento de ocupação, a retirada imediata das sindicâncias contra os organizadores de festas nos campi, a construção de uma proposta alternativa de segurança e vivência nos campi e a discussão dessa proposta em uma audiência pública democrática, com poder real de decisão às três categorias da comunidade acadêmica.
A entrada da PM nos campi da Universidade foi anunciada pela reitoria em entrevista realizada no final de setembro, depois que o estudante Denis Papa Casagrande, aluno do curso de Engenharia de Controle e Automação, foi morto durante uma festa realizada no campus de Barão Geraldo no dia 21/09. A medida foi tomada de forma unilateral, sem consulta prévia às instâncias decisórias da Universidade e sem qualquer debate com a comunidade universitária.
Na ocasião, o STU se posicionou contrário à presença da PM na Universidade e cobrou da reitoria a responsabilidade na criação de instrumentos de participação da comunidade acadêmica na elaboração de políticas de segurança, a contratação de mais profissionais de vigilância por meio de concurso público, o fim das terceirizações e a adoção de uma política de segurança que se preocupe em garantir a integridade de toda a comunidade universitária e não apenas do alto escalão da reitoria.
Da mesma forma, o STU apoia a ocupação da reitoria pelos estudantes e sua pauta de reivindicações por entender que a Polícia Militar está longe de ser sinônimo de segurança. Especialmente após as mobilizações de junho, as PM de todo o país têm sido apontadas por amplos setores da sociedade como responsáveis por diversos crimes e abusos contra a população, especialmente moradores das periferias, jovens negros e trabalhadores em luta. Como ocorreu nas últimas semanas com os professores da rede municipal do Rio de Janeiro, cujo movimento de greve foi duramente reprimido.
O sindicato também repudia o pedido de reintegração de posse feito pela reitoria antes de qualquer diálogo com os estudantes e a nota emitida pela Universidade sobre a ocupação na última sexta-feira, que tenta deslegitimar o movimento. Fora PM do campus!