Ocorreu neste dia 26 a audiência pública da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP) da Alesp, com presença dos três reitores para discutir a situação das universidades estaduais paulistas. Em todas as falas os reitores tentaram jogar a culpa da crise orçamentária nas costas dos trabalhadores, docentes e estudantes. O reitor Mário Zago, da USP, afirmou que aquela Universidade deve chegar a um saldo negativo de R$ 917 milhões em 2014. Segundo o reitor, o gasto com pessoal, bolsas aos estudantes e refeição compromete 105% do orçamento. Além disso, Zago afirmou que houve aumento “desnecessário” no quadro de funcionários.
Por sua vez, o reitor José Tadeu Jorge afirmou que o comprometimento financeiro da Unicamp deve-se do crescimento no número de cursos e estudantes de graduação e pós-graduação e à elevação dos gastos com a folha de pagamento. A reitora da Unesp e presidente do Cruesp, Marilza Vieira, também responsabilizou os gastos com pessoal pela crise daquela Universidade.
Os três reitores solicitaram na audiência o repasse por parte do governo do Estado respeitando a lei, sem o desconto das políticas habitacionais na base de cálculo, além do cumprimento dos reajustes orçamentários formalizados em 2005 para sustentar a expansão de campi e que nunca foram efetivados.
Em nenhum momento os gestores abordaram os questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas do Estado – que atestam que o descontrole orçamentário não é culpa dos trabalhadores, mas sim de aplicações questionáveis das verbas repassadas. Além disso, as falas dos reitores também não questionaram o fato do percentual de repasse às universidades estar congelado há quase 20 anos, embora as instituições tenham crescido exponencialmente nesse período.
O Fórum das Seis seguirá atuando para buscar a aprovar as propostas de emendas apresentadas pelas entidades à Lei Orçamentária Anual de 2015 e cobrando dos reitores que também atuem efetivamente nesse sentido.