Diante do discurso da crise financeira feito pela reitoria, o STU destacou que os recursos a serem gastos, cerca de R$ 1,5 milhão este ano, em designações (gratificações) e a possibilidade de custo, de aproximadamente R$ 1,5 milhão, com o Prêmio Zeferino Vaz para os docentes são totalmente inoportunos neste momento.
Na pauta também entraram as discussões sobre os reajustes de salário e auxílio alimentação. A diretoria do sindicato reafirmou que neste momento é importante que a reitoria se esforce para reajustar salários e os auxílios, pois o congelamento dos vencimentos compromete a subsistência dos funcionários. A reitoria aproveitou para apresentar alguns dados de projeção referentes ao comprometimento com vale e a isonomia, sempre com o discurso da crise financeira.
STU cobrou novamente o dimensionamento de quadros e destacou que a redução no número de funcionários ao longo dos anos tem criado lacunas nas unidades e causado sobrecarga de trabalho. E o reitor declarou que esse detalhamento é bem difícil de fazer, mas que tentará traçar um quadro por área e apresentar os números à direção.
Reitoria não quer enfrentar o problema da crise
O STU insistiu que a prioridade da reitoria deve ser investir nos salários e que não dá para aceitar que a revisão orçamentária atinja somente os funcionários, já que há no horizonte a possibilidade de concessão de premiação para docentes e as gratificações aprovadas recentemente.
Questionado sobre a busca de novos recursos, Knobel alegou que está “fazendo gestão” junto ao governador e aos deputados estaduais para buscar mais recursos. “Acredito que a forma de conseguirmos mais recursos é através da área da saúde”, alegou.
Sobre a lei que trata da insuficiência financeira a reitoria explicou que há desacordo na interpretação da legislação já que o governo estadual entende que a Unicamp deve arcar com os custos por ser um “braço” do Estado.
Entende-se por insuficiência financeira o valor resultante da diferença entre o valor total da folha de pagamento dos benefícios previdenciários e o valor total das contribuições previdenciárias dos servidores. “O governador diz que nós somos o Estado e devemos arcar com esses custos, então é uma situação difícil”, afirmou o reitor. Mas no entendimento do sindicato, o governo estadual é quem deveria cobrir essa “insuficiência financeira” ao invés de jogar as contas nas costas da Universidade, mais precisamente, do trabalhador.
A avaliação do STU é de que o reitor está acomodado neste discurso de crise e não quer enfrentar o governador do Estado. Dizer que está discutindo alternativas pela área da saúde sem apresentar quais serão essas medidas práticas é uma forma de enrolar a categoria.
Ao finalizar a reunião, que deverá ser a última da atual gestão do sindicato, a diretoria destacou que a reivindicação de reajuste salarial e de benefícios não é feita de forma impensada, ao contrário, leva-se em consideração a situação de corrosão dos salários da categoria. “Queremos reafirmar que não estamos querendo que a Unicamp chegue à situação da Uerj. Ao contrário, nós, trabalhadores, estamos fazendo gestão junto à Alesp para garantir mais recursos financeiros para Unicamp e vamos nos debruçar sobre esses valores que a reitoria apresentou hoje, porque temos interesse que a instituição preserve sua saúde financeira e que os funcionários tenham seus salários mantidos. Mas temos diferenças de entendimento quanto às prioridades financeiras que Universidade deve assumir e as formas de se investir os recursos orçamentários”, justificou um diretor.
Dizer que a redução na queda da arrecadação continuará impactando a finanças da Universidade e, ao mesmo tempo, ampliar os gastos com pagamento de prêmios e gratificações e não buscar recursos para cobrir o tal “déficit” é querer que o funcionário aceite pagar sozinho a conta da crise financeira criada pela má administração de recursos.
Outras pautas
As questões que tiveram encaminhamentos práticos foram as cotas étnico-raciais para concurso público, que será apresentada uma minuta para o STU; a demanda para aposentados cadastrados utilizarem fretados e o serviço do Restaurante Universitário e a discussão sobre assédio moral e a construção da sede que serão aprofundadas em reunião específica.
A avaliação da diretoria é que não houve avanço do ponto de vista financeiro, prova de que devemos retomar a mobilização da categoria para pressionar o reitor a apresentar alternativas concretas que diminuam a perda do poder aquisitivo da categoria.