Firmeza da categoria e justeza da greve fizeram reitor se comprometer com a restituição dos salários dos grevistas A greve na Unicamp unificou docentes, funcionários e estudantes na defesa da universidade pública inclusiva e da pauta de reivindicações das categorias. Os trabalhadores reafirmaram ao longo de 81 dias que um reajuste de 3% diante de uma inflação de 10% é inaceitável. Mas apesar da greve justa, a reitoria descontou dias dos técnico-administrativos. Por isso, na reunião de ontem com o reitor, os trabalhadores reafirmaram seu “NÃO!” aos descontos. O reitor então assumiu o compromisso de restituir os salários em três dias a partir da assinatura do acordo de encerramento da greve. Para a direção do sindicato, em relação a esse ponto a reunião foi um avanço da mobilização, tendo em vista que a assembleia que aprovou a suspensão da greve condicionou a retomada definitiva dos trabalhos à reposição dos salários dos trabalhadores que participaram da greve de mais de 80 dias. Após quase três horas de reunião, ficou acertado que haverá reposição dos trabalhos acumulados, o que já vem sendo encaminhado nas unidades de ensino, que estão ajustando seus calendários. Demais pontos da pauta Em relação à cobrança da negociação dos itens econômicos da pauta de reivindicações, o reitor reafirmou que não discutirá essas questões até que haja mudança nas perspectivas orçamentárias das universidades paulistas. Os dirigentes do sindicato e representantes do Comando de Greve cobraram que tal manifestação da reitoria seja formalizada por escrito. Na reunião também foi apresentada a contraproposta aprovada em assembleia pela categoria. Os representantes dos trabalhadores apresentaram, além da contraproposta, a metodologia e o calendário de negociação deliberados na assembleia do último dia 11. Tadeu se comprometeu a apresentar uma resposta sobre o calendário até a próxima terça-feira (23). Fortalecer a paralisação de hoje para avançar nas conquistas A disposição demonstrada pela categoria desde o início da greve e o repúdio às punições seletivas dentro da Universidade foram fundamentais para o resultado da reunião de ontem. Hoje a tarefa é construir uma forte paralisação para pressionar a aceitação da contraproposta apresentada pelos trabalhadores para o debate sobre as demais reivindicações da greve. A categoria segue cobrando também a reposição da inflação (que ficou em 10,03% no período de maio de 2015 a abril deste ano segundo o índice comumente usado pelas reitorias). Às 10 horas acontece a assembleia, na Praça da Paz, para avaliar o resultado da negociação e definir os próximos passos da luta. Às 14 horas, na Praça Paz, haverá um debate sobre o resultado da greve e o positivo saldo de mobilização do movimento dos servidores na Unicamp. A atividade também discutirá a reorganização do Conselho de Representantes do STU (CR), principal instância de aproximação entre a diretoria do sindicato e os locais de trabalho.