O Teatro de Arena da Unicamp foi palco de uma grande manifestação em defesa da democracia.
A leitura pública da “Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito!” reuniu centenas de trabalhadores/as, estudantes, professores/as, militantes, políticos, ex-reitores, juristas, artistas e demais integrantes da sociedade civil que vieram ouvir os discursos das entidades representativas da comunidade universitária da Unicamp.
Ficou nítido nas falas o repúdio ao núcleo do Governo Federal que insiste em atentar contra a nossa democracia.
Leitura da Carta
A “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!” foi lida pela professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e diretora-executiva de Direitos Humanos da Unicamp, Silvia Santiago, e o professor emérito da Universidade, Rodolfo Ilari.
Entre os ex-reitores presentes estavam, os professores Carlos Vogt, José Martins Filho, José Tadeu Jorge, Fernando Costa e Marcelo Knobel.
As falas conclamaram todas, todos e todes a continuar nessa luta no sentido de garantir a democracia e o respeito entre as instituições, como também que essa democracia chegue a toda sociedade de forma igualitária.
A representante do DCE Unicamp, Michele Simões da Silva, lembrou que esse dia vai significar para todo o Brasil um marco da nossa capacidade de se unir contra as ameaças golpistas que estão colocadas pelo presidente. “Nós não podemos permitir que isso siga acontecendo no Brasil. A gente precisa se movimentar e se unificar para derrotar a extrema direita porque não podemos deixar que o legado da ditadura militar, das torturas, das mentiras, da violência, da falta de liberdades democráticas sejam revividos no nosso país em tão curto período de tempo”, declarou a estudante.
O presidente da ADunicamp, professor Paulo Cesar Centoduccatte, lembrou que a quase quatro décadas a democracia não foi atacada como tem sido nestes últimos tempos, infelizmente, pelo próprio poder público. “É importante lembrar que uma democracia plena não é só devido às entidades e instituições. A democracia ela tem que ser estendida a todos os indivíduos independente de raça, gênero, orientação sexual ou classe social”, afirmou o professor.
Destacou a necessidade de garantir a democracia entre as instituições e também para a sociedade civil. “A gente precisa garantir que todos e todas sejam tratados da mesma forma e não como mostram as estatísticas desse país. Quando a gente olha sobre a questão da violência, a questão da fome e tudo o que a gente tem vivido, a gente sabe qual é a parcela da população que sofre. E essa parcela, infelizmente, não vive essa democracia que a gente tanto deseja”, denunciou.
O coordenador Geral da APG Unicamp, Renan Dias Oliveira, falou da necessidade de se encontrar, se unir e se fortalecer para seguirmos firmes na luta pela democracia e poder chegar ao dia 2 de Setembro.
Renan aproveitou também para denunciar o desmonte da educação e ciência públicas. “A pós-graduação tem sofrido muito com o corte de bolsas, corte de verbas, corte de assistência. Então os alunos, alunas e alunes querem se somar a todo mundo nesse momento para defender a democracia”, disse.
Democracia dentro das instituições
Enquanto lutamos pela garantia do Estado Democrático de Direito, não abrimos mão da nossa bandeira de que a Unicamp seja cada vez mais democrática, transparente e inclusiva, com paridade no Conselho, Câmaras e outros espaços de representação e deliberação na Universidade.
A coordenadora geral do STU, Elisiene Lobo, destacou que, além de falar sobre democracia, praticar a democracia é fundamental. “E não se pratica democracia sem respeito. Não se pratica sem responsabilidade e sem transparência.”.
E para finalizar deixou o seu recado: “vamos estar unidos pela democracia para derrotar os farsantes que se dizem democratas e não colaboram com a sociedade”.
Entre uma fala e outra das entidades, além dos aplausos, estava presente o brado de #ForaBolsonaro e #EstadoDemocráticoSempre.
Para a coordenadora geral da Universidade, professora Maria Luiza Moretti é de extrema importância unir todas as forças em defesa da democracia e destacou que as manifestações nacionais de caráter apolítico demonstram essa unidade.
O STU manifesta seu orgulho de se somar a esse momento histórico em que milhões de brasileiros e brasileiras se uniram para se colocar contra o negacionismo e o obscurantismo e pelo Estado Democrático de Direito.