O governador Geraldo Alckmin (PSDB) sancionou nos últimos dias de 2012 a lei que reajustou seu próprio salário em 10,3%. Com o reajuste, o chefe do Executivo paulista passa a receber em janeiro R$ 20.662,00. A sanção foi publicada no Diário O cial em 29 de dezembro.
O projeto, da autoria dos deputados Rui Falcão (PT) e Aldo Demarchi (DEM), foi aprovado na Assembleia Legislativa em 17 de dezembro com o objetivo de “reajustar o salário das categorias que estavam com vencimentos defasados”, visto que o subsídio do governador corresponde ao teto do funcionalismo estadual.
Mesmo com o reajuste, os vencimentos de vários dirigentes da Unicamp continuam muito acima do teto permitido por lei. De acordo com relatório da auditoria do Tribunal de Contas do Estado, em 2011 o reitor Fernando Costa recebeu em média R$ 33 mil por mês, o ex pró-reitor Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva recebeu vencimentos médios de R$ 39 mil e a coordenadora da DGRH, Patrícia Morato, ganhou cerca de R$ 51 mil mensais. Esses são alguns dos mais altos ganhos verificados pelo TCE no núcleo dirigente da Unicamp.
Os agentes de fiscalização consideraram que os supersalários desrespeitam a Constituição Estadual. Durante o CONSU do dia 18 de dezembro, Fernando Costa chegou a afirmar que os reitores já teriam manifestado ao governador a “necessidade” de aumento do teto remuneratório.
Ou seja, admitiu que o Cruesp – que sempre recusou o convite do Fórum das Seis para entregar juntamente com as entidades representativas de docentes, servidores e estudantes as pautas de reivindicações por mais verbas para as universidades – fez lobby para aumentar os salários dos dirigentes universitários (vídeo disponível no site do STU).
O STU cobrou esclarecimentos, mas a reitoria Fernando Costa negou-se até o momento a responder aos questionamentos do sindicato.