O mês de junho é todo violeta para lembrar que a violência contra a pessoa idosa é um problema mundial, que deve ser denunciado em todas as suas formas. São vários os tipos de violências, como: sexual, racial, psicológica, física, homofóbica, religiosa, social, cultural, estrutural, abandono afetivo e a mais gritante, a econômica. Se antes da pandemia idosos e idosas já eram arrimo de família, com o desemprego e o desalento atual, passaram a sustentar um número maior de familiares e agregados.
O dia 15 de junho marca o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa.
Com a população idosa chegando a 40 milhões no Brasil, falta preocupação e efetividade do governo em estabelecer e manter políticas públicas que deem dignidade em atendimentos, principalmente na área da saúde e no cumprimento do Estatuto do Idoso. A desigualdade social, cada vez mais agravada no atual governo, faz com que práticas desumanas sejam empregadas contra idosos e idosas, discriminando pessoas LGBTQIA+, negros e negras, população carcerária, indígenas, pessoas em situação de rua, trabalhadoras e trabalhadores do sexo, mas, principalmente, mulheres.
As mulheres são as mais afetadas em todas as circunstâncias, sendo uma das piores a agressão sexual sofrida, infelizmente, muitas vezes, dentro das próprias famílias. É muito comum nas delegacias especializadas em crimes contra a pessoa idosa, o número de registros ser maior contra mulheres, envolvendo as violências física, sexual e econômica.
Nos três últimos anos as denúncias de violência contra as pessoas idosas aumentaram 200%, de acordo com dados das delegacias que atendem essa parcela da população. Em um governo onde a violência é incentivada e apoiada a desrespeitar, agredir e até matar idosas e idosos passou a ser banal. Não se cumpre a Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso, que prevê como obrigação do Estado “a efetivação de políticas que contribuam para a garantia dos direitos aos idosos e idosas”. São eles direitos à vida, saúde, alimentação, educação, cultura, esporte, lazer, trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, respeito, convivência familiar e comunitária.
Tornou-se prática comum na sociedade deixar pessoas idosas em ILPIs (Instituições de Longa Permanência). O problema é que na, maioria das vezes, esses idosos e essas idosas são descartados/as e abandonados/as nessas instituições porque os familiares sequer voltam para lhes visitar.
Para combater a violência contra a população idosa é necessário políticas públicas voltadas para o cumprimento do Estatuto do Idoso, com formação humana e social das pessoas que se comprometem a exercer cargos nessa área.