Recentemente a Prefeitura de Campinas anunciou a intenção de adotar a política de internação compulsória de usuários de drogas do governo estadual. O Conselho Municipal de Saúde (CMS) e os departamentos de Saúde Coletiva e de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) repudiaram a iniciativa.
A moção do Deptº de Saúde Coletiva ressalta que para enfrentar os males causados pelo uso do crack, que afetam cerca de 0,7% da população adulta, é necessário “políticas públicas amplas e articuladas onde a saúde tem papel destacado”. O documento destaca ainda que as políticas públicas da saúde campineira são “insuficientes” e vêm “sofrendo retrocessos que ameaçam não só o acesso aos serviços pela população, como aponta para caminhos que nada mais são que atos coercitivos que associam o tratamento única e exclusivamente à internação, modelo apontado por técnicos e especialistas do mundo todo como dispendioso para o Estado e ineficaz para o usuário”.
A diretoria do STU concorda com essa avaliação e parabeniza a iniciativa dos departamentos. O diretor do sindicato Felipe Monte Cardoso ressalta que “o CMS aprovou moção de repúdio à política do Alckmin e do Jonas de instituir a internação compulsória. A decisão fortalece a luta dos movimentos de saúde mental da cidade, que já foi referência no assunto e hoje está ameaçada de grandes retrocessos”.
Fórum Popular de Saúde de Campinas se mobiliza contra internações compulsórias
A luta contra a criminalização dos usuários de drogas vem sendo articulada na cidade pelo Fórum Popular de Saúde de Campinas. A iniciativa reúne profissionais e usuários da saúde pública. O STU participa do Fórum e convida os trabalhadores da saúde da Unicamp. A próxima reunião será no dia 11/6 (terça-feira), às 19h30, na sede do Conselho Regional de Serviço Social (Av. Francisco Glicério, 1329 – Centro).