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Em reunião de negociação, reitoria não apresenta proposta de isonomia e condiciona retirada do F3 à reposição das horas não trabalhadas

Rodrigo Cruz

A diretoria do STU e uma comissão formada por trabalhadores de diversas unidades foram finalmente recebidos hoje pelo reitor José Tadeu Jorge para a primeira mesa de negociação da Campanha Salarial 2013. Do lado de fora, os trabalhadores da Universidade realizaram um ato-paralisação para pressionar a administração da Unicamp e protestar contra o reajuste de 5,39% de reajuste anunciados pelo Cruesp na semana passada.

Proposta sobre punições apresenta retrocessos

Durante o primeiro ponto de pauta, relativo à revogação das punições da greve de 2011, Tadeu apresentou como proposta a retirada dos F3 mediante reposição das horas trabalhadas. A proposição foi feita com base em um parecer da Procuradoria Geral assinado por uma das procuradoras contratadas e efetivadas sem concurso público. Além disso, a reitoria propôs que o “plano de reposição” seja negociado com as chefias de unidade – as mesmas que aplicaram as punições há dois anos – e disse que a negociação dos direitos afetados pelas faltas (férias, quinquênios, licença prêmio) ficará condicionada a essa mesma negociação. Questionado pelo STU, Tadeu se negou a assumir o compromisso de orientar as chefias (quase todas diretamente subordinadas à reitoria) a retirar as punições.

Diante da proposta, que vai na contramão das promessas feitas pelo reitor durante o período de campanha, a diretoria do sindicato argumentou que não há mais trabalho acumulado em nenhum dos setores que participaram do movimento. O STU considerou ainda que a proposta configura-se como um retrocesso, visto que, na prática, impõe uma nova punição aos funcionários grevistas.

Reitoria afirma que ainda não concluiu cálculos referentes à isonomia

Em relação à equiparação dos pisos salariais com a USP, a reitoria não apresentou proposta alguma, com a alegação de que ainda “não concluiu os cálculos” referentes ao impacto da isonomia sobre o orçamento, mesmo tendo sido a própria reitoria quem propôs a data da reunião. Mais uma vez o STU protestou contra a postura de Tadeu, que já havia prometido na reunião do dia 26 de abril, quando o sindicato foi chamado a conhecer a gestão recém-empossada, apresentar na primeira mesa de negociação pelo menos duas projeções de implantação da isonomia, uma baseada nos números da inflação e outra no índice de 11% reivindicado pelo Fórum das Seis.

Sindicato quer retomada das 30 horas já

Sobre a retomada das 30 horas na área da saúde, Tadeu informou que um Grupo de Trabalho (GT) formado por sete trabalhadores do Complexo Hospitalar e representantes da DGRH e da Procuradoria Geral cuidará da implementação da nova jornada. O STU argumentou que as atribuições do GT não estão claras, no entanto,  Tadeu tratou as sugestões e críticas dos trabalhadores à criação do GT como uma tentativa de atrapalhar a implantação das 30 horas e se limitou a prometer que concomitantemente ao GT da reitoria, haverá espaço para reuniões permanentes com o STU para que a entidade também apresente propostas sobre o processo de implementação. O GT será formalmente publicado no Diário Oficial desta quarta-feira, de acordo com o reitor.

Em relação a este ponto, é importante ressaltar que o sindicato defende a retomada imediata das 30 horas na área da saúde com a contratação de profissionais por meio de concurso público, enquanto a proposta da reitoria prevê a implantação das 30 horas somente no primeiro trimestre do ano que vem.

Assembleia amanhã discute próximos passos da Campanha Salarial

A reunião terminou sem que fosse vencida a pauta de discussão e temas como a extensão do auxílio alimentação aos aposentados e a valorização do sistema de educação infantil ficaram pendentes para a próxima mesa de negociação, prevista para o dia 11 de junho. As propostas apresentadas pela reitoria na reunião de hoje serão discutidas em assembleia geral amanhã às 12 horas na sala CB-1 do Ciclo Básico.

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