Texto: Rodrigo Cruz
Foto: Fernanda de Freitas
Em greve há quatro dias, os trabalhadores da Limpadora Centro, empresa terceirizada responsável pela limpeza na Unicamp, ocupam desde a manhã de hoje o escritório da empresa localizado dentro do campus de Barão Geraldo, em Campinas. A ocupação é pacífica e conta com o apoio de estudantes e trabalhadores da Universidade.
Por volta das 15 horas, a Polícia Militar esteve no local para averiguar uma denúncia de que o escritório havia sido depredado, mas após averiguar o espaço, constatou que a ocupação segue pacífica. Na ocasião, representantes da Limpadora Centro informaram que a empresa registrou um boletim de ocorrência sobre a ocupação.
Apesar da rapidez em acionar a força policial, a patronal segue sem abrir diálogo com a categoria sobre a negociação da pauta de reivindicações. Com isso, os trabalhadores permanecem no local.
Movimento reivindica melhores salários e condições de trabalho
O objetivo da ocupação é pressionar a empresa a negociar a pauta de reivindicações da categoria. Eles exigem aumento salarial (o piso atual é de R$ 755,00) e da cesta básica (hoje em R$ 75,00), melhores condições de segurança no trabalho, a ampliação do quadro funcional, o fim do assédio moral e da discriminação, além da transparência dos contratos e do número de trabalhadores em atividade na Unicamp. As condições de trabalho são tão precárias que os funcionários sequer dispõem de um local adequado para realizar as refeições.
O movimento foi deflagrado na última sexta-feira (19) e iniciado na segunda (22) após o fim do prazo estabelecido pela empresa para a apresentação de uma contraproposta à pauta de reivindicações da categoria, entregue por uma comissão de funcionários no mês passado, quando tiveram início as primeiras assembleias para discutir a situação de precariedade imposta pela empregadora.
A greve não conta com o apoio do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Ambiental de Campinas e Região (Siemaco), que representa legalmente a categoria. Na semana passada, antes da greve ser deflagrada, o Siemaco emitiu um comunicado no qual diz ter enviado todas as denúncias contidas na pauta ao Ministério Público e garantiu que Unicamp também foi notificada, tendo em vista que a resolução de muitos problemas apontados pelos trabalhadores depende de uma resposta da Universidade.
O STU apoia a luta dos trabalhadores da Limpadora Centro por compreender que a Unicamp, considerada uma das melhores Universidades do Brasil, não deve manter vínculos de trabalho tão precários, que desrespeitam as leis trabalhistas e as convenções internacionais. Infelizmente, a cada ano, a Universidade amplia a terceirização dos serviços, o que tem diminuído o número de contratações por meio de concursos públicos e afetado diretamente a qualidade dos serviços prestados à população. A gestão “Vamos à Luta!” é contrária a esse processo de terceirizações.