Voto dos funcionários definiu o resultado do pleito
O engenheiro de alimentos José Tadeu Jorge foi o vencedor no segundo turno da consulta indicativa para a escolha do próximo reitor da Unicamp. Com 53,32% dos votos válidos, Tadeu deixou em segundo lugar o médico Mario José Abdalla Saad, que somou 46,68% dos votos. O resultado foi anunciado por volta das 2h15 desta sexta-feira (22), no Ginásio da Faculdade de Educação Física.
O voto dos servidores técnico-administrativos mais uma vez foi decisivo para o resultado da consulta. Dos 5.943 funcionários que participaram do pleito, 4.038 votaram em Tadeu, contra 1.592 em Saad. Entre docentes e estudantes, a diferença entre os dois candidatos foi menor. Dos 1.655 professores que compareceram às urnas, 771 votaram em Tadeu e 839 em Saad. E entre os 4.190 estudantes, 2.084 votaram em Tadeu enquanto 2.009 preferiram Saad. As abstenções atingiram 16,03% entre docentes; 21,52% entre funcionários; e 83,91% entre estudantes.
Agora, o resultado da consulta será agora encaminhado ao Conselho Universitário (Consu) da Unicamp, que se reúne em sessão extraordinária no início de abril para aprovar a lista tríplice. Depois disso, cabe ao governador do Estado, com base na lista tríplice elaborada pelo Consu, escolher quem será o próximo reitor da Unicamp.
Posicionamento do STU
O STU não apoiou nenhum candidato durante a campanha e concentrou esforços em exigir que todos os reitoráveis se pronunciassem sobre as demandas da categoria. Com a definição de quem será de fato o novo reitor da Universidade, o STU acredita que o mais importante será mobilizar a categoria para que as promessas de campanha sejam cumpridas. O sindicato ressalta mais uma vez que discorda dos critérios antidemocráticos da consulta, que impõe pesos diferentes para os votos de cada uma das categorias e deixa a decisão final nas mãos do Governador do Estado.
Respostas de José Tadeu Jorge à Plataforma dos Trabalhadores da Unicamp
Salário – Restabelecer a igualdade dos salários da UNICAMP com os da Universidade de São Paulo (USP), resolvendo o problema da quebra da isonomia, criado nos últimos dois anos. Nossa proposta é estabelecer prioridade absoluta para essa questão, executando-a nos dois primeiros anos da gestão. Defender a posição de que as três universidades estaduais paulistas devem ter estruturas semelhantes de carreira. Contemplar os aposentados nos benefícios que tiverem base legal para aplicação.
Respeitar, evidentemente, as determinações legais para o teto salarial.
Área da Saúde – Viabilizar a implantação da jornada de 30 horas para os profissionais envolvidos nas atividades de assistência. Para tanto, providenciar a alteração dos contratos de 40 horas, hoje existentes, passando-os para 30 horas, sem redução salarial. Previamente à implantação da nova sistemática de funcionamento, adequar o quadro existente para que não ocorram deficiências no atendimento. Democratizar a gestão, propiciando condições de representatividade de todos os segmentos envolvidos, inclusive da sociedade. Estabelecer amplo debate interno sobre a autarquização já encaminhada ao Governo do Estado, definindo claramente os interesses da Unicamp.
Punições – Em nossa gestão como Reitor respeitamos integralmente o direito de greve e de organização no local de trabalho; não houve iniciativas de criminalização de ações sindicais e nem aplicação de mecanismos de intimidação ou repressão. Essas atitudes contrariam os fundamentos universitários de respeito à divergência, ao contraditório e à opinião de cada membro da comunidade. Fiéis a esses conceitos, propomos a revisão das punições aplicadas por motivação política ou uso de direitos de mobilização.
Terceirizações – Estabelecer uma Política de Reposição de Pessoal focada na promoção de concursos públicos. Criar grupo de trabalho para analisar e estabelecer critérios que permitam equacionar a terceirização e buscar a sua redução progressiva. No processo de gestão da Universidade, aprimorar cada vez mais as relações com a Funcamp, especialmente nos planos jurídico, trabalhista e funcional, visando à diminuição das diferenças de tratamento dos contratados.
Carreira – A carreira PAEPE foi implantada em 2003, após intenso, amplo e participativo processo de debates com a comunidade.
Infelizmente, em 2010, a carreira foi alterada, sem um processo de discussão com a comunidade, e levando a vários retrocessos. Nessa conjuntura, propomos:
‐ Realizar ampla revisão da carreira PAEPE;
‐ Valorizar e reconhecer os profissionais pelas experiências acumuladas e atividades exercidas;
‐ Estabelecer, com clareza, critérios e parâmetros objetivos para enquadramento e progressão;
‐ Resgatar o processo de estímulo à qualificação profissional do funcionário, que ficou conhecido como “reconhecimento dos títulos” e foi lamentavelmente desativado em 2010.
O processo de avaliação de desempenho foi implantado em 2008, durante nossa gestão anterior, depois de mais de dez anos sem ser realizado na UNICAMP. Também sofreu mudanças em 2010, que descaracterizaram a proposta inicial. Nessas condições propomos:
‐ Realizar ampla revisão da metodologia adotada atualmente, implementando indicadores de avaliação do trabalho efetivamente realizado no dia a dia e não apenas quesitos que avaliam o comportamento e o relacionamento dos funcionários;
‐ Definir na proposta orçamentária os recursos destinados ao processo de avaliação de desempenho. Revogar a Resolução relativa ao ESTÁGIO PROBATÓRIO, substituindo-a, após ampla discussão, por instrumento que consagre o conceito de que se trata de um período destinado à integração do funcionário, à aquisição do conhecimento das rotinas do trabalho e à adaptação à cultura da unidade/órgão.
Direitos Sociais – Em relação à DEdIC: Recuperar os espaços físicos, dotando-os da qualidade necessária; Agilizar os projetos de expansão desses espaços, procurando atender à demanda por vagas; Construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) de maneira participativa; Dar mais representatividade ao Conselho Escolar e respeitar suas atribuições deliberativas; Zelar pela efetiva gestão democrática, conforme previsto na Constituição do Brasil.
Investir na reforma dos restaurantes universitários, implantando ou modernizando os equipamentos de produção. Descentralizar a elaboração das refeições, medida indispensável para estabelecer uma efetiva melhoria da qualidade. Realizar estudos para dimensionar a necessidade de implantar outros pontos de serviço.
Estimular o uso dos fretados reduzindo seu custo para os servidores. Intensificar a fiscalização dos contratos para garantir a qualidade do conforto do usuário, além da segurança.
Transparência – Implantação da estrutura do Serviço de Informações ao Cidadão, previsto na lei de acesso à informação (lei 12.527/2011).
Democratização – Estabelecer, de imediato, processo de revisão dos Estatutos da UNICAMP, garantindo ampla oportunidade de discussão de todos os tópicos, através de reuniões abertas em todas as unidades/órgãos da universidade, entidades representativas e colegiados institucionais. A maioria dos temas listados neste eixo é de assuntos estatutários e encontrarão nesse processo de revisão a oportunidade de consideração, debate e decisão.
As pautas de reivindicações das entidades devem ser tratadas em reuniões periódicas mensais ao longo do ano e não apenas por ocasião da data base.
O capítulo do nosso Programa de Gestão dedicado à Graduação trata do tema “Formas de Ingresso”, propondo amplo debate sobre todas as alternativas existentes.